Carla Araújo

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Reportagem

Lira ser ministro de Lula vai depender de acordos por 2026 e rachas no PP

Arthur Lira, que se despede neste sábado (1) do comando da Câmara dos Deputados, tem sinalizado a aliados dois cenários para aceitar uma pasta na Esplanada dos Ministérios. Ele está cotado para assumir a Agricultura.

A primeira é que seu partido, o PP, apoie a reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva. A segunda é que o governo melhore sua interlocução com o Congresso para efetivamente ter chances de vencer.

A posição política de Lira é complicada. Ele apoiou abertamente Jair Bolsonaro contra Lula em 2022. Chegou a vestir a camisa de campanha do ex-presidente.

Seu partido é bastante conservador e Ciro Nogueira, presidente do PP, é ex-ministro e um dos principais defensores de Bolsonaro - embora também já tenha sido apoiador de Lula no passado.

Ao UOL, Ciro afirmou que o partido não estará na aliança com Lula em 2026 e que espera que Lira não aceite compor o governo. "Espero que não", disse.

O discurso de Lira para aliados é que, Lula não deveria aceitar em seu ministério partidos que não se engajassem em sua reeleição, como é o caso Republicanos, União Brasil, PSD e do próprio PP.

Todos esses partidos têm representantes na Esplanada, mas não se comprometeram abertamente com Lula em 2026.

Lira também está preocupado com a governabilidade e com as chances de vitória, dizem aliados. A popularidade do presidente está em seu patamar mais baixo e a oposição prepara manifestações.

Por outro lado, o ainda presidente da Câmara tem ambições de se eleger senador em 2026 e um cargo de ministro e o apoio do presidente ajudariam.

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Lula e Lira conversaram pela última vez em dezembro do ano passado. E sinalizariam que voltariam a conversar após a eleição do Congresso. A expectativa é que esse novo encontro para tratar de sua eventual participação no governo aconteça em breve.

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