Na Suíça, vacinação começa sem políticos nem polêmicas

Uma senhora de 90 anos de idade foi a primeira pessoa na Suíça a ser vacinada contra a covid-19, nesta terça-feira. Ao contrário do que ocorreu em outros lugares do mundo, porém, o início da campanha de vacinação para a pior pandemia em cem anos ocorreu sem a presença de políticos, sem a divulgação do nome da beneficiada, sem polêmicas e sem acusações entre forças políticas.

A Suíça comprou doses que serão suficientes para imunizar praticamente 100% de sua população. Num primeiro momento, o produto da Pfizer/BioNTech será destinado para a população acima de 75 anos, doentes crônicos, profissionais de saúde e pessoas que vivam com esses grupos.

Mas contando com uma população de pouco mais de 8 milhões de habitantes, a esperança do país é a de atingir uma ampla imunização até o segundo trimestre de 2021.

A primeira vacina foi aplicada na região de Lucerna e campanha também ocorre no cantão de Appenzell, uma região rural do país. Em grandes centros urbanos como Zurique ou Genebra, a previsão é de que a vacinação ocorra a partir do dia 4 de janeiro.

Os suíços foram surpreendidos nos últimos meses por uma segunda onda da pandemia que transformou Genebra em um dos epicentros da doença pela Europa. Na semana passada, novas restrições foram impostas e UTis pelo país chegaram a registrar uma ocupação de 75%.

A Suíça foi o primeiro país do mundo a ter uma agência reguladora a autorizar de forma regular o uso da vacina contra a covid-19. Mas o governo deixou claro que sua aplicação não será obrigatória. Ainda assim, uma campanha de convencimento foi lançada para incentivar todos a buscar uma vacina.

Num primeiro momento, 109 mil doses foram entregues aos suíços e a Pfizer promete 3 milhões de doses para o país. O restante virá da Moderna e da AstraZeneca.

Para a entrega da vacina, uma operação envolveu os militares do país para garantir a segurança dos produtos.