Paciente de médico demitido em SP relata agressão: 'Me mandou calar a boca'

Pacientes da UBS Parque Real, em Diadema (SP), disseram ter sofrido agressões físicas e verbais por parte de um médico da unidade e registraram um boletim de ocorrência. O caso aconteceu na sexta-feira da semana passada, e o médico foi demitido.

O que aconteceu

Thaiana Santos, 35, disse que o médico aparentava estar embriagado e chegou com três horas de atraso à unidade. Ela e outras pessoas aguardavam a chegada dele para realização de exames de ultrassonografia —o dela havia sido agendado em novembro do ano passado. "Muitas pacientes não puderam esperar [por causa do atraso do médico], porque tinham que ir trabalhar. E algumas tinham o exame marcado há quase um ano", contou ao UOL.

Outro lado: a reportagem não conseguiu localizar o médico Alexandre Augusto Henriques Filho, nem sua defesa. O espaço está aberto para manifestação.

Supervisora da UBS instruiu que as pacientes fossem embora e remarcassem o exame. Segundo Thaiana, a responsável pela unidade entrou na sala com Henriques Filho e, ao sair, disse que o médico não passava bem e orientou que as mulheres retornassem em outra data.

Pacientes disseram que decidiram esperar mesmo assim devido à dificuldade de agendamento. "Já estávamos esperando há muito tempo pelo exame, então muitas de nós resolvemos esperar a primeira paciente ser atendida para decidir se íamos embora ou não", relatou ela.

A auxiliar de enfermagem Silvana Lima, 46, foi a primeira paciente a ser atendida por Henriques Filho. Ela disse que entrou na sala para checar se o médico tinha condição de atendê-la. "Perguntei se ele estava bem. Ele me disse que tinha tomado uns remédios porque estava com dor na coluna, mas que sentado daria para atender", explicou ela.

Silvana disse que o médico reclamou que ela estava atrapalhando depois de questioná-lo mais uma vez sobre seu estado. "Alterado, ele pediu para que eu subisse na maca. Me neguei. Começou a falar comigo em um tom agressivo, alto, dizendo que não me atenderia mais, que era para me tirar da sala", relembra.

Fiquei muito nervosa, nem queria mais fazer o exame. Saí da sala e ele também saiu, foi gritando comigo, me chamando de mentirosa e me mandando calar a boca. Nunca imaginei passar por aquilo com um médico. Silvana Lima, auxiliar de enfermagem

Filmagem começou após Silvana sair chorando da sala. "Ele gritou na frente de todo mundo, mandando ela calar a boca. Entrei no meio e pedi para ele falar direito", afirma Thaiana, responsável pelas imagens.

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O médico tentou tirar o telefone da mão de Thaiana e deu um tapa em seu braço. "Ele puxou o aparelho da minha mão, mesmo falando 'pode gravar'. Como eu segurei firme, o tapa pegou no meu braço. Me defendi. Eis que ele se jogou no chão, como se eu tivesse o atingido", diz ela.

O profissional alegou, em entrevista à TV Globo, que foi agredido e sofreu fraturas na coluna cervical. Ele também afirmou que o atraso ocorreu devido ao trânsito e que estava tentando se justificar quando a confusão começou.

Henriques Filho pediu que a polícia fosse chamada, e as pacientes concordaram. No entanto, ele deixou o local antes da chegada da GCM, segundo as pacientes. A guarda municipal colheu o depoimento dos presentes e encaminhou as mulheres para a delegacia.

A Secretaria de Segurança Pública informou que Thaiana relatou no BO ter tomado um tapa do médico. Em nota, o órgão informou que as vítimas foram orientadas sobre o prazo para oferecer representação contra o médico.

Médico foi demitido. A Secretaria de Saúde de Diadema informou que "não compactua e repudia a conduta do profissional" e que o médico foi substituído no mesmo dia. A prefeitura reforçou o compromisso com um "atendimento humanizado e de qualidade" para a população.

18 comentários

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Gabriel Marcelo Echeverría Díaz

Isso não é resultado de última hora, é produto da formação

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Jane Tadeu da Silva

Os médicos nesses posto, são mau remunerados, que o pacientes é que pagam, o seus dias de Fúrias, enquanto isso no lado do Judiciario ganham uma enormidade de Salário sem fazerem nada, porque ultimamente eles estão preocupados em formarem os filhos e assumirem um posto nessa profissão que virou mordomia, os Médicos tem que enfrentar pessoas chatas que vão nos Postos de Saúde, Hospitais Públicos e tiram Eles e Elas do sério, e alguns inocentes pagam por esse extresses deles e delas, demos que dar desconto a esses Profissionais.

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Marcello de Assis Borges

Péssimo médico e pessoa, se não serve pra trabalhar com o público vá fazer outra coisa na vida !!!

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