Michelle Bolsonaro condena assistolia fetal, mas evita PL do aborto
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A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) vem se posicionando publicamente e nas redes sociais contra a assistolia fetal, método utilizado para o aborto em gestações avançadas, mas ainda não falou do projeto de lei que iguala o aborto após 22 semanas de gestação ao homicídio. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também não se manifestou.
Apoiadores do casal Bolsonaro e do projeto de lei se esquivaram de conversar com a coluna sobre o assunto, inclusive sem ter o nome citado. Eles respondem que não podem falar pelos dois e que "cada um sabe o que defende e o que acredita".
Uma pessoa próxima à ex-primeira-dama, que hoje preside o PL mulher, diz que, ao combater a assistolia fetal, Michelle vai "ao cerne da questão", mesmo sem citar o projeto de lei do aborto. Michelle é evangélica e o projeto de lei foi colocado em pauta a pedido da bancada evangélica.
A falta de suporte dos Bolsonaro ao PL do aborto é vista como um sinal da divisão da direita sobre o assunto após a repercussão negativa. É também uma tentativa de ambos de não ter sua imagem associada ao fato de a que mulher vítima de estupro pode ter uma pena maior do que a do estuprador se o projeto for aprovado como está. A pena máxima para o homicídio simples pode chegar a 20 anos, enquanto a do estuprador não passa de 12 anos.
Procurados, Michelle e Jair Bolsonaro não se manifestaram.
Em um post fixado em suas redes sociais, Michelle se posiciona contra a liminar do ministro Alexandre de Moraes, que derrubou decisão do conselho federal de medicina impedindo a assistolia fetal - uma injeção que para os batimentos cardíacos do feto e permite o aborto em gestações mais avançadas.
"Peço a todos que se unam a nós em oração para que os julgadores ouçam o mandamento de Deus fazendo com que a resolução do CFM volte a ter validade e salvem as crianças dessa morte tão terrível", diz Michelle na postagem. O método é recomendado pela Organização Mundial da Saúde.
No sábado, em Teresina, no Piauí, Michelle também se posicionou contra a assistolia fetal, mas não mencionou diretamente o PL do aborto, conforme os relatos da imprensa presente ao evento.
"Temos que lutar para que não passe a assistolia fetal, um método cruel [...] eles querem assassinar nossos bebês no ventre. Quanta maldade, quanta crueldade!", disse a ex-primeira-dama.
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