Liberação de Assange é vitória tardia da liberdade de expressão, diz Amorim
O assessor especial de assuntos internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, disse à coluna que a libertação de Julian Assange é uma "vitória tardia da liberdade de expressão".
Fundador do Wikileaks, Julian Assange deixou a prisão no Reino Unido ontem à noite após chegar a um acordo com a Justiça dos Estados Unidos e se declarar culpado em acusações de espionagem. Ele ficou preso durante cinco anos.
É uma vitória da liberdade de expressão ainda que tardia, com muito sofrimento. Espero que ele esteja bem de saúde
Celso Amorim
Na visão do ex-ministro, Assange prestou "serviços positivos" ao mundo ao revelar episódios sobre a política americana que ninguém mais sabia.
Amorim comentou um caso que classificou como "menor": a revelação de que funcionários do governo brasileiro foram à embaixada americana sugerir mudanças na estratégia dos Estados Unidos na negociação da Alca (Área de Livre Comércio das Américas). "Eu só soube disso pelo Wikileaks", afirmou.
A libertação de Assange se tornou uma bandeira da esquerda no mundo, mas sempre foi muito sensível para os americanos, já que ele revelou segredos militares considerados de segurança nacional. A negociação só foi possível porque Assange já tinha cumprido tempo de prisão equivalente a esse tipo de ofensa.
Palestino extraditado no Brasil
O assessor especial do presidente Lula também comentou o episódio do palestino que foi extraditado do Brasil por suposta ligação com o Hamas por determinação da Justiça de São Paulo.
Segundo a Polícia Federal, Muslim M.A. Abuumar, 37, teria ligações com o grupo terrorista e foi apreendido quando saiu do avião.
Para Amorim, a deportação foi abrupta e feita apenas com base nas informações da embaixada americana, sem uma investigação própria. "Ele não teve tempo para se defender", disse.
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