Raquel Landim

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Opinião

Qual Pablo Marçal vai para o debate da Globo: o governante ou o provocador?

Qual Pablo Marçal vai para o debate da TV Globo nesta quinta-feira (3)?

Aquele que tenta se apresentar como um gestor para a Prefeitura de São Paulo? Ou o que desestrutura o emocional dos adversários, provocando cadeiradas e socos à sua volta?

Diferentes interlocutores do candidato do PRTB com os quais a coluna conversou dizem que ele vai "apresentar propostas", que está "tranquilo", que vai "seguir o seu caminho".

Será?

Estrategistas das campanhas de outros partidos estão preocupados e se preparam para todas as hipóteses, porque a postura de Marçal muda a dinâmica do debate.

E, dependendo da reação que ele conseguir provocar no adversário, pode ser fatal para Ricardo Nunes (MDB) ou para Guilherme Boulos (PSOL).

Diferentemente de alguns outros confrontos e apesar do horário já tarde da noite (às 22 horas), o debate da TV Globo pode ter audiência importante ao vivo.

Isso se não for morno —o que, infelizmente, depende muito de Marçal.

Os outros candidatos, como Tabata Amaral (PSB), também estão preparando perguntas desconfortáveis e duras para os adversários. Porém, é o candidato do PRTB que joga abaixo da linha da cintura e garante a bizarrice e o show.

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No mundo digital, os debates também sobrevivem —e muito— nas redes e na imprensa, reverberando no dia seguinte. No caso do confronto na Globo, esse fato é especialmente importante, porque a propaganda na TV termina nesta quinta-feira (3).

Certamente, todos os candidatos vão cortar trechos de suas participações, mas é Marçal quem tem mais seguidores e maior engajamento, conquistado de forma orgânica ou não.

Vale lembrar que ele está sendo investigado por suspeita de montar campeonatos e pagar as pessoas para promover seus posts.

Nunes e Boulos gastaram uma soma importante de recursos impulsionando seus conteúdos nas redes sociais, mas a partir de sexta-feira isso está proibido pela lei eleitoral.

Marçal tem prós e contras das diferentes estratégias.

A rejeição dele beira os 50%, principalmente entre as mulheres, o que sugere que uma tática mais comedida seria o ideal.

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Só que ele não tem sido bem sucedido encarnando o governante. Seu programa de governo é frágil e toda vez que vai falar de São Paulo ele se atrapalha.

Por outro lado, é um comunicador nato e, na baixaria, desestabiliza os adversários, principalmente Nunes.

Isso ficou claro no debate UOL/Folha, quando o prefeito saiu do eixo ao não administrar o banco de tempo e não conseguiu responder as perguntas sobre o boletim de ocorrência de sua esposa contra ele.

Talvez seja necessário inverter o raciocínio. O que interessa mais a Marçal neste momento? Convencer o paulistano a votar nele? Ou tirar votos de Nunes e Boulos?

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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