Raquel Landim

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Reportagem

Petrobras descumpre política 'abrasileirada' de preço e acumula perda

Técnicos da Petrobras afirmaram à coluna que a Petrobras está descumprindo a política de preços criada pelo próprio governo Lula, que considera não apenas a paridade com os preços internacionais, mas também custos internos de extração e de logística.

Segundo essas fontes, a empresa fechou o ano passado com uma defasagem de 5% na gasolina em relação ao que deveria ter sido praticado dentro desse novo modelo. Com os dados de janeiro, a diferença chega a 13%.

No diesel, houve equilíbrio entre os preços praticados e os previstos na nova política em 2024. Nesta sexta-feira (31), a Petrobras anunciou o reajuste do combustível em R$ 0,22 centavos na refinaria. O diesel e a gasolina também sofrerão um aumento na bomba por causa do reajuste do ICMS.

Ainda assim, os técnicos internos da empresa calculam uma diferença de 7% no diesel. Os percentuais variam em relação ao que estima o mercado, que trabalha apenas com os dados públicos disponíveis.

A defasagem em relação ao próprio modelo da empresa preocupa a área técnica porque, caso perdure por um período muito longo, pode provocar perdas financeiras.

Depois de registrar o primeiro prejuízo em quase quatro anos no segundo trimestre do ano passado, a Petrobras voltou a ter um lucro de R$ 32,6 bilhões no terceiro trimestre, alta de 22,3%.

No governo Luiz Inácio Lula da Silva, a Petrobras abandonou a política de paridade internacional de preços, conhecida como PPI. Dessa maneira, passou a considerar também custos locais de extração e logística.

Analistas externos reclamam que os dados voltaram a ser uma "caixa preta" e que a Petrobras faz os reajustes quando quer. Na época do PPI, a crítica, principalmente dos sindicatos e dos políticos, era que o repasse da volatilidade externa prejudicava o consumidor.

Procurada, a Petrobras afirmou em nota que que vem cumprindo rigorosamente sua estratégia comercial, aprovada em 2023, com os resultados sendo acompanhados pelo Conselho de Administração.

A companhia diz também que, "após período de estabilidade nos seus preços de venda para as distribuidoras, observando a sua estratégia comercial, promoveu ajustes nos seus preços diesel A que vigorarão a partir de amanhã". E que, sobre a gasolina, "segue observando os fundamentos de mercado e, por questões concorrenciais, não pode antecipar suas decisões."

Reportagem

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