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Reinaldo Azevedo

BOMBA 4: Quem guarda telefone de Bebianno que traz conversas com Bolsonaro?

Jair Bolsonaro e Gustavo Bebianno: segundo Paulo Marinho, os segredos não ficaram apenas na memória. Há um celular - Foto Mauro Pimentel/AFP
Jair Bolsonaro e Gustavo Bebianno: segundo Paulo Marinho, os segredos não ficaram apenas na memória. Há um celular Imagem: Foto Mauro Pimentel/AFP

Colunista do UOL

17/05/2020 10h08

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Gustavo Bebianno deve ter sido o mais fiel aliado que Jair Bolsonaro já teve na vida. Além das afinidades eletivas, vai saber o que motivava um homem inteligente, ainda que pensasse coisas que acho detestáveis, a ter verdadeira devoção por alguém como Bolsonaro... Já haviam me contado isso. A carta-ressentimento ao chefe deixava claro. Paulo Marinho reitera essa dedicação.

Não me lembro de um outro caso da política em que subordinado fiel tenha sido tão cruelmente triturado. E Bebianno foi. Depois de coordenar a campanha — eficiente, dados os propósitos ao menos —, foi demitido da Secretaria-Geral no dia 18 de fevereiro, com menos de dois meses no cargo. E com requintes de humilhação.

Bebianno morreu de infarto do miocárdio no dia 14 de março, aos 56 anos.

Prestem atenção a estas perguntas e respostas de Marinho:

Gustavo Bebianno era visto como uma espécie de homem-bomba que morreu guardando muitos segredos. Ele tinha de fato um dossiê sobre Bolsonaro?
O Gustavo tinha um telefone celular por meio do qual interagiu durante toda a campanha [presidencial de 2018] e
a transição de governo com o capitão. Eles se falavam muito por WhatsApp. O capitão adorava mandar mensagens gravadas para ele. O Gustavo tinha esse conteúdo imenso [de mensagens], na mais alta intimidade que você pode imaginar. Eram conversas íntimas que provavelmente deviam ter revelações interessantes. Um dia, num ato de raiva pela demissão injusta que sofreu, tratado como se tivesse sido um traidor, quando foi o que mais fez pelo capitão, ele deletou grande parte desse conteúdo. E deixou esse telefone com uma pessoa nos Estados Unidos. Depois parece que ele resgatou de novo o conteúdo. Ele ficou muito marcado pela demissão, com muito desgosto, melancolia. Ele morreu de decepção, de tristeza mesmo. Mas ele não era homem-bomba. Não tinha nada que pudesse tirar o capitão do governo por algo do passado.

Onde está o telefone?
Eu não sei onde está, para te dizer a verdade. Está com alguém. Eu não sei com quem.

Existe um celular.

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