Pazuello será efetivado. Política suicida-homicida é bem-sucedida, creiam
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A incompetência do general Eduardo Pazuello foi premiada. E ninguém está surpreso, convenham. Um dia depois de o mundo ficar sabendo, mais uma vez, o que não fazer com a Covid-19 — seguir o exemplo brasileiro —, o governo anuncia o que já era dado como certo: Bolsonaro decidiu efetivá-lo no Ministério da Saúde.
Por que afirmo que o nosso país é, mais uma vez, um exemplo negativo? O Brasil saltou para o primeiro lugar em mortes por milhão de habitantes, em decorrência da Covid-19, entre os países que compõem o G-20 — as 20 maiores economias do mundo.
O país está em terceiro lugar em número absoluto de casos — só perde para EUA e Índia — e em segundo em número de mortes: só perde para os domínios de Donald Trump. Mas há mais mortos por milhão aqui do que no Império do Norte.
Por tudo isso, convenham, Pazuello merece ser efetivado. Também porque o governo não entregou os kits de UTI prometidos aos Estados nem os respiradores. É justo ou não é? E ele ainda compareceu a uma manifestação em favor de Bolsonaro e do fechamento do Congresso e do Supremo.
Nunca se viu tamanha competência na Esplanada dos Ministérios.
Pazuello é general da ativa. Até o anúncio da efetivação, não havia nenhuma notícia de que tivesse pedido para ir para a reserva.
O comportamento irresponsável de milhões de brasileiros se espalha de Norte a Sul, de Leste a Oeste. Nas praias, nas ruas e nos bares, multiplicam-se as pessoas que desprezam até mesmo o uso da máscara.
Era isto o que Bolsonaro queria: um povo sem medo de morrer e de matar. Esse destemor suicida-homicida emana do governo federal, e o general com cara e porte de membro do antigo Partido Comunista Búlgaro está completamente adaptado à necropolítica.
Não é verdade que o conjunto dos brasileiros mereça um ministro como Pazuello. Mas parte considerável da população encontra, sim, no dito-cujo um homem à altura de seus anseios suicidas e homicidas.