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Reinaldo Azevedo

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Na Folha - Os liberais têm de se perguntar: "O que é inegociável para nós?"

FHC e Lula em encontro na casa do ex-ministro do Supremo Nelson Jobim.  As divergências não anulam pacto civiizatório - Ricardo Stuckert/Divulgação
FHC e Lula em encontro na casa do ex-ministro do Supremo Nelson Jobim. As divergências não anulam pacto civiizatório Imagem: Ricardo Stuckert/Divulgação

Colunista do UOL

25/06/2021 07h55

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Leiam trechos:
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Ainda que eventos recentes tenham tornado mais evidentes os aspectos grotescos da turba que nos governa, é inevitável constatar que, em muitos aspectos, os reacionários ganharam terreno. Noto, mesmo em ambientes infensos à pregação fascistoide, uma hesitação em chamar o inaceitável por aquilo que é. O golpismo, o negacionismo, o racismo, a misoginia, a homofobia e o "milicianismo" policial são o outro lado da civilização, não uma ideologia entre muitas --e todas são, a seu modo, restritivas, com uma carga de conceitos preconcebidos que a realidade não endossa.

Tais postulações não podem ser toleradas como um ponto de vista possível entre outros possíveis. Ao contrário, devem ser denunciadas por aquilo que são: crimes. A questão é também eleitoral. Milhares de pessoas saíram às ruas para pedir o impeachment de Jair Bolsonaro, em manifestações com vários tons de vermelho. Nem poderia ser diferente. Não vai aqui juízo de valor, mas apreciação objetiva: a pauta da inclusão tem o DNA da esquerda, tanto quanto a da moralização da vida pública é geneticamente direitista. E ambas, vamos convir, pedem um Estado forte para a realização dos seus propósitos, certo? A história recente do Brasil evidencia que assim é.
(...)
O país já iniciou a contagem regressiva para os 600 mil mortos. As forças que reivindicam o centro ou a direita no terreno de oposição são capazes de evidenciar --agora e no segundo turno-- a sua absoluta incompatibilidade com aquilo que Bolsonaro representa? Ou se reitera na estúpida ilusão de que se possam amansar o golpismo, o negacionismo, o racismo, a misoginia, a homofobia e o "milicianismo" policial --com o bônus de que Guedes, afinal, defende privatizações, ainda que à moda Eletrobras? Dada a resposta a essa questão, o resto é fácil e até óbvio. Não se trata apenas de eleger um governo. Eleger-se-á, também, um mínimo civilizatório.
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