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Reinaldo Azevedo

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Na Folha: Um texto em defesa do Supremo e da liberdade, ainda uma exceção

O ministro Gilmar Mendes, do STF, durante julgamento da suspeição de Sergio Moro em julgamento que havia condenado o ex-presidente Lula - Fellipe Sampaio - 09.Fev.2021/SCO/STF
O ministro Gilmar Mendes, do STF, durante julgamento da suspeição de Sergio Moro em julgamento que havia condenado o ex-presidente Lula Imagem: Fellipe Sampaio - 09.Fev.2021/SCO/STF

Colunista do UOL

20/08/2021 08h50

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Caras e caros,
abaixo, vão trechos da minha coluna de hoje na Folha. Eu o escrevi em defesa do Supremo e do Inquérito 4.781. E, ora vejam!, quando o redigi, não sabia que Bolsonaro havia mobilizado a Advocacia Geral da União contra o Artigo do Regimento Interno do Supremo que autoriza a abertura da investigação.
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Não tenho receio de um golpe de Estado. Temo um permanente estado de golpe. E isso não se esgota num jogo de palavras. Cultivamos uma certa crença mística nas nossas instituições e tardamos a reagir -- refiro-me aos que pertencemos aos radares da sociedade, e a imprensa é um deles-- àqueles que se organizam para assaltá-las. E noto que este texto se cingirá à democracia política. A social ainda está por ser inaugurada. Penso no escarcéu que se fez quando, no dia 14 de março de 2019, o então presidente do Supremo, Dias Toffoli, abriu de ofício o correto e legal inquérito 4.781, que tem Alexandre de Moraes como relator. O país ainda vivia sob a égide da Lava Jato --esse "Fetiche da Destruição" que seduziu e ainda seduz tantas almas incautas--, que criou o ambiente ideal para a ascensão de um desordeiro destrambelhado.

Bolsonaro estava no poder havia menos de três meses. A reforma da Previdência chegara ao Congresso no dia 20 de fevereiro. Sem ela, os tais mercados teriam quebrado as pernas do fanfarrão antes que emitisse o primeiro insulto. A, vá lá, convergência entre os Poderes era fundamental para o mandato do próprio presidente. Não obstante, a máquina de difamação dos Poderes e da democracia que o bolsonarismo havia montado ao longo de mais de três anos não refreou seu ânimo. Ao contrário. Ganhou musculatura. E restava evidente que, sem base parlamentar e sem articulação com atores políticos relevantes, o governo buscaria arrancar por meio do berro e da intimidação o que não conseguia por meio da negociação. Afinal, sobravam-lhe arruaceiros; faltavam-lhe interlocutores. O Supremo se tornou o primeiro e principal alvo porque, afinal, ali estava o limite do Napoleão de hospício. Não é um Poder Moderador, mas é quem tem a última palavra sobre a Constituição. O general Augusto Heleno acredita que, acima da Carta, estão um cabo e um soldado, sem nem um jipe...
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