Um Bolsonaro sedutor aparece em vídeo de encontro para atrair o Centrão
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
O presidente Jair Bolsonaro se elegeu prometendo acabar com a velha politica.
Mas quem disse que, depois de 28 anos de exercício do mandato de deputado federal, ele não sabe fazer a velha política?
Bolsonaro transitou pelos principais partidos do Centrão, os mais experientes no toma lá dá cá do Congresso.
O vídeo acima tem um registro de seu encontro, na segunda-feira, dia 20, com Arthur Lira, líder do PP na Câmara. Aliás, um partido do qual Bolsonaro já foi filiado.
Nele, Bolsonaro mostra-se simpático como poucas vezes se vê. Sedutor, com recomendações à família do líder pepista que quer trazer para o seu lado. E Lira parece mesmo seduzido.
O deputado é hoje uma das principais lideranças do Centrão. É pré-candidato a presidente da Câmara, contra a vontade do atual presidente da Casa, Rodrigo Maia.
Vale lembrar que Maia, um deputado eleito pelo DEM do Rio de Janeiro, mesma base eleitoral de Bolsonaro, é considerado pelo presidente da República como um dos seus maiores inimigos.
Bolsonaro está movendo mundos e fundos para influir na eleição do sucessor de Rodrigo Maia no comando da Câmara. E Lira é um forte candidato.
O presidente aproveitou o feriado estendido de Tiradentes nessa semana para se encontrar com os presidentes e líderes de diversos partidos do Centrão.
Usou toda sua experiência na velha política, acenou com uma reforma ministerial e uma mudança drástica na política econômica que ameaça até a permanência no cargo do ministro da Economia, Paulo Guedes.
O velho PTB presidido pelo amigo Roberto Jefferson, voltou a ser cotado para comandar um Ministério do Trabalho a ser recriado e retirado do Ministério da Economia...
Enfim, vale tudo para permanecer no poder.
Bolsonaro sentiu que sua política de enfrentamento com tudo e todos acabou deixando-o isolado, o que, na prática, ameaça até sua permanência no cargo.
É esse temor que o levou a incentivar manifestações de bolsonaristas radicais contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal, e pela volta do AI-5.
Mas aí ele exagerou na dose. Foi com o grupo para a frente do comando do Exército em Brasília, dando a entender que a caserna estava pronta para o golpe.
Os generais não gostaram. O comandante do Exército soltou nota em defesa da Constituição e os militares do Planalto precisaram blindar e tutelar ainda mais o presidente.
É nesse contexto de cerco e isolamento que Bolsonaro procura acertar-se com a velha política, aquela que ele nega mas que sempre o abrigou.
Como tem afirmado o ex-presidente Fernando Collor de Mello esse filme não costuma dar certo. Collor sabe o que fala. Ele fez exatamente assim: negou e depois recorreu à velha política. E se deu mal.
EMBED SEM AUTOPLAY
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.