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Tales Faria

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Vencedores do debate, Ciro e Simone destacam-se no Datafolha. Mas não basta

Desempenho de Ciro Gomes e Simone Tebet na pesquisa reacende esperança na terceira via. Mas isso não basta ainda - Foto: Divulgação
Desempenho de Ciro Gomes e Simone Tebet na pesquisa reacende esperança na terceira via. Mas isso não basta ainda Imagem: Foto: Divulgação

Colunista do UOL

01/09/2022 22h55

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"Terceira via venceu o debate. Mas isso basta?" foi o título da minha coluna da última segunda-feira, 29, sobre o debate do dia anterior entre os candidatos à Presidência da República.

Dizia lá que o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente Jair Bolsonaro (PL) se enrolaram no debate, enquanto a candidata do MDB, Simone Tebet, Ciro Gomes (PDT) e Soraya Thronicke (União Brasil) foram os vencedores.

Lula oscilou negativamente dois pontos percentuais, de 47% na última pesquisa Datafolha para 45% nesta de agora, e Bolsonaro manteve-se absolutamente estável, com 32%.

No caso dos candidatos da chamada terceira via, Ciro oscilou positivamente, de 7% para 9%; Simone cresceu acima da margem de erro, de 2% para 5% agora; e Soraya pela primeira vez pontuou, com 1%.

A questão é que Lula e Bolsonaro permanecem sem grandes mudanças e resta apenas um mês para o primeiro turno da eleição.

Conclusões imediatas:

  • as chances de vitória de Lula no primeiro turno diminuíram;
  • é praticamente impossível uma virada de Bolsonaro nessa altura do campeonato.

Mas quanto ao crescimento dos candidatos da chamada terceira via, a dúvida permanece: Isso basta? Pelo curto espaço de tempo, aparentemente não basta.

Segundo o levantamento, 57% dos possíveis eleitores de Ciro estão dispostos a mudar de voto. No caso de Simone Tebet, 48%. Ou seja, cerca de metade dos 15% de eleitores dispostos a votar na terceira via ainda podem mudar o voto.

Então há 7,5 pontos percentuais deles que podem ser conquistados por Lula ou Bolsonaro. Se Lula conquistar metade desses votos, ainda pode vencer em primeiro turno.

Mas o voto útil só é definido na última semana da campanha. Até lá, o desafio da terceira via é cristalizar a intenção de votos de seu eleitorado.