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Tales Faria

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Presença de Sérgio Moro no debate é atestado de inocência de Lula

Colunista do UOL

17/10/2022 14h41

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Ao assessorar o presidente Jair Bolsonaro (PL) no debate deste domingo, 17, contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-juiz Sérgio Moro assinou a sentença de condenação definitiva da Operação Lava Jato.

Até então, os adversários de Lula sustentavam que o petista não poderia ser considerado inocente das acusações movidas contra ele pela equipe do então juiz.

O argumento principal tem sido o de que o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou apenas que houve um erro formal no processo: não poderia ficar sob a jurisdição de Curitiba, comandada por Sérgio Moro.

Agora não dá mais para os adversários de Lula colocarem em segundo plano outro ponto — o principal — da decisão dos ministros do STF: Sérgio Moro foi considerado suspeito de perseguição contra o réu, o ex-presidente Lula.

E isso, sim, torna a condenação um ato ilegal, um erro jurídico. O que, portanto, torna o réu inocente.

Ao decidir assessorar Bolsonaro no debate, Moro confirma que realmente tem uma questão pessoal contra Lula. Uma aversão tão forte que o faz aliar-se a Bolsonaro, a quem acusou de pressioná-lo a abafar investigações na Polícia Federal envolvendo milicianos e o filho mais velho do presidente, Flávio Bolsonaro (PL).

Ou seja, o chefe da Operação Lava Jato era movido a ódio pessoal contra Lula, capaz de fazê-lo ignorar qualquer empecilho para condenar o petista.

Ao aceitar acompanhar o presidente da República, que o demitiu do comando do Ministério da Justiça e contra quem lançou suspeitas de vários tipos, Moro mostra que é capaz de ignorar qualquer coisa desde que seja para prejudicar Lula.

Para o STF, esse ódio - ou envolvimento pessoal de Moro - ficou comprovado quando o juiz permitiu o vazamento da conversa telefônica entre Lula e a então presidente da República, Dilma Rousseff. O vazamento impediu a posse do petista como ministro de Dilma, o que transferiria o processo de Curitiba para o STF.

Para a opinião pública, no entanto, e para a História, o juiz comprovou isso tudo ao comparecer ao debate. Assinou a sentença de condenação da Lava Jato, operação que — agora está claro! — dirigiu com o fígado. Inocentou Lula.