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Lula avalia que general foi traído e, sem comando da tropa, tinha que sair
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse a assessores que acredita na versão apresentada pelo chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, Gonçalves Dias, para o vídeo com imagens suas no Palácio do Planalto durante a invasão do prédio por golpistas bolsonaristas, no dia 8 de janeiro.
Na versão apresentada ao presidente, o general sustentou que chegou ao Planalto quando a invasão já havia sido consumada. Teria decidido, então, ajudar na retirada dos golpistas do terceiro e quarto andares, sem enfrentamentos, na expectativa de que eles fossem detidos quando chegassem reforços no prédio. O gabinete presidencial fica no terceiro andar.
O presidente tem o general como um amigo e crê na sua lealdade. Ele foi escolhido para o GSI ainda na transição para o atual governo.
O militar foi Secretário de Segurança da Presidência da República nos dois mandatos anteriores do petista e também foi chefe da Coordenadoria de Segurança Institucional da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Mas o presidente acha que Gonçalves Dias perdeu o "comando da tropa" e isso, por si só, é motivo para um chefe militar ser afastado. Por isso sugeriu que ele apresentasse o pedido de demissão.
Para o presidente, Gonçalves Dias foi traído por subordinados e por colegas de farda que apoiavam e ainda apoiam o ex-presidente Jair Bolsonaro. A traição teria ocorrido não só durante a invasão, como também com o próprio vazamento das imagens.
Na avaliação do presidente, o vídeo foi editado para sustentar a versão de que o general colaborou com a invasão. Essa versão foi reverberada pela oposição no Congresso, defensores da tese de que agentes do governo patrocinaram os atos golpistas para vitimizar o presidente Lula.
Até mesmo líderes governistas se sentiram confundidos pelas imagens do general Gonçalves Dias, o que acabou praticamente cristalizando a instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito no Congresso, na semana que vem.
Líderes do governo na Câmara e no Senado passaram a defender que a CPI mista das duas Casas pode ser uma oportunidade para provar que o atual governo não teve participação nos atos, que teriam sido promovidos exclusivamente por bolsonaristas.
Se a CPMI sairá de fato, somente na semana que vem é que se saberá.
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