Tales Faria

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Opinião

Se Bolsonaro voltar aos braços de Marçal, a cadeirada salvou o ex-coach

Ainda é cedo para dizer se o papel de vítima servirá para reverter a queda Pablo Marçal nas pesquisas de intenções de voto para prefeito de São Paulo.

Segundo a assessoria do candidato do PRTB, ele quebrou uma costela devido à cadeirada que sofreu de José Luiz Datena (PSDB) durante o debate eleitoral deste domingo (16), promovido pela TV Cultura de São Paulo.

O debate reuniu seis candidatos à Prefeitura de São Paulo. Além dos dois, participaram o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL), Tabata Amaral (PSB) e Marina Helena (Novo).

Marçal, segundo as últimas pesquisas, vinha caindo na preferência do eleitorado, depois de ter surgido como a grande novidade na campanha.

Agora, a expectativa de parte das campanhas adversárias é que ele utilize o episódio para se vitimizar. Seguiria um roteiro semelhante ao do ex-presidente Jair Bolsonaro após a facada que sofreu quando candidato ao Palácio do Planalto em 2018.

Até hoje Bolsonaro tenta insinuar que a facada foi planejada por algum adversário na campanha, especialmente da esquerda. Seus filhos apontaram ligações do autor, Adélio Bispo, com o PSOL.

Em São Paulo, durante a campanha municipal de agora, Bolsonaro chegou a ensaiar apoio a Marçal enquanto o prefeito Ricardo Nunes não deslanchava.

Mas, depois que o prefeito assumiu o primeiro lugar nas pesquisas, Bolsonaro já até apareceu de surpresa com um vídeo de apoio num jantar de campanha do prefeito.

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Os olhares dos marqueteiros agora devem se voltar para o ex-presidente como um termômetro do resultado da facada - digo, da cadeirada! - sobre a campanha de Pablo Marçal.

O ex-coach buscou a todo tempo no debate de ontem ser agredido por Datena. Identificou fragilidade emocional do candidato do PSDB depois que as pesquisas o colocaram em quinto lugar na preferência do eleitorado.

Durante o programa, Marçal acusou o adversário de assédio sexual, o apelidou de "Dapena", lembrou que o candidato do PSDB teria dito que queria lhe dar um tapa e desafiou: "Você não é homem nem para isso".

Agora resta saber se o papel de vítima vai ajudar Marçal em sua campanha. E o comportamento do ex-presidente Jair Bolsonaro será um bom termômetro.

Bolsonaro adiou ao máximo sua manifestação de apoio a Nunes, com medo de ver seus aliados bolsonaristas passarem a adotar e liderança de Pablo Marçal.

Como o ex-presidente não prima pela lealdade aos aliados, se ele a titubear novamente no apoio a Ricardo Nunes, é porque o papel de vítima pode surtir efeito sobre a campanha de Marçal.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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