Boulos venceu o debate da Band com um Nunes que fugia das perguntas
O candidato do PSOL, deputado Guilherme Boulos, manteve o adversário do MDB, o prefeito Ricardo Nunes, nas cordas durante praticamente todo o debate da Band, o primeiro do segundo turno da campanha eleitoral.
O deputado adotou a tática de repetir com firmeza, mas sem agressões, as perguntas que Nunes evitava responder. Até utilizando expressão corporal, o deputado conseguiu sublinhar com firmeza o hábito do prefeito de fugir dos temas mais delicados.
O ponto mais marcante desse embate foi quando o deputado insistiu em cobrar um pacto de quebra do sigilo bancário de ambos. Um hesitante Ricardo Nunes desconversou seguidamente sem responder nem que sim, nem que não.
Ambos, no entanto, não conseguiram convencer o eleitor sobre quem, afinal, está com razão a respeito da responsabilidade — da prefeitura ou do governo federal — pelo apagão produzido pela Enel em São Paulo.
Ficou parecendo apenas um jogo de empurra.
O prefeito insistia ter tentado derrubar o contrato de concessão do serviço de distribuição de energia, mas o governo federal nada fez. Ele citou as vezes em teria viajado a Brasília para isso e um projeto de lei que propôs para transferir poderes sobre o setor para os municípios.
Boulos, por sua vez, apontou que o principal problema eram as podas não feitas pela orefeitura nas árvores da cidade, que caíram sobre os fios durante o temporal. Ele também insistiu que a responsabilidade pela fiscalização da Enel cabe à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), cuja diretoria foi nomeada no governo Bolsonaro, e pela Arsesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo).
Já que nenhum dos dois foi definitivamente convincente nesse caso, o eleitor, seja bolsonarista ou de esquerda, poderá acreditar no que quiser.
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