É falso que Barroso receba mais de R$ 90 mil de vale alimentação do STF
Leonardo Rodrigues
Colaboração para o UOL, em São Paulo
15/12/2023 16h05
É falso que o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Luís Roberto Barroso, receba R$ 90 mil em vale alimentação e R$ 11 mil em auxílio moradia, como afirmam postagens que circulam nas redes sociais.
O que diz o post
Publicações no Facebook, no Instagram e no X veiculam uma imagem de Barroso sobreposta por um texto com supostas informações sobre sua remuneração.
"Só lembrando que esse sujeito tem um vale alimentação de 90 mil reais por mês. 11 mil reais de auxílio aluguel e direito a 220 funcionários ao seu dispor incluindo um só para ajeitar sua toga. Os 11 ministros do STF custam 700 milhões ao bolso dos brasileiros só com regalias", diz o texto.
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Compartilhada por diferentes usuários, a montagem é acompanhada de manifestações de indignação. "Isso precisa acabar!!!", diz a postagem no X. No Facebook, a legenda contém ofensas a Barroso.
Por que é falso
Ministros do Supremo não recebem vale alimentação ou auxílio moradia, segundo o Portal da Transparência do tribunal (acesse aqui). O próprio STF negou o recebimento desses benefícios.
Barroso recebeu R$ 22.598,04 em novembro. O valor bruto era de R$ 41.650,92, mas foram descontados R$ 19.052,88. No próximo reajuste, que vai ocorrer a partir de 1º de fevereiro de 2024, o vencimento bruto vai subir para R$ 44.008,52 (veja aqui).
Ministro não recebeu nenhuma quantia em benefícios assistenciais, em que constariam valores de auxílio-alimentação.
Nenhum dos gabinetes dos ministros têm 220 servidores. Na verdade, o número total de funcionários remunerados pelo STF é de 317, conforme dados do Portal da Transparência (veja aqui). Segundo o STF, os gabinetes têm em média 30 funcionários, em nota de 2021 (leia aqui).
Os auxiliares de plenário, que auxiliam os ministros com eventuais necessidades durante a sessão, como organizar processos, localizar livros e entregar documentos, por exemplo, são funcionários de cada gabinete, onde exercem outras funções quando não estão no Pleno STF, em nota de 2021
Os 11 ministros não custam "R$ 700 milhões ao bolso dos brasileiros". Conforme valores atualizados até 15 de dezembro, a Corte gastou até agora R$ 570 milhões, distribuídos entre pagamentos para todos os prestadores de serviço, custeio de estrutura e demais investimentos (veja aqui). Para 2024, há orçamento aprovado de R$ 897 milhões.
Viralização. Até esta quarta-feira (15), a publicação com a montagem no X alcançou 95,6 mil visualizações e foi republicada por mais de 2 mil usuários desde 25 de novembro.
As publicações analisadas também foram checadas pela AFP (aqui).