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Vídeo de explosão em discurso de Maduro é de 2018, não atual

29.jul.2024 - O atentado foi durante comemoração de 81 anos da Guarda Nacional Bolivariana, em 4 de agosto de 2018 Imagem: Arte/UOL sobre Reprodução/Instagram

Colaboração para o UOL, em São Paulo

29/07/2024 17h20

Não é atual um vídeo que circula nas redes sociais mostrando uma explosão perto de onde o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, discursava.

Na verdade, o vídeo é de agosto de 2018 e o atentado foi reivindicado por um grupo rebelde ao regime venezuelano.

O UOL Confere considera distorcido conteúdos que usam informações verdadeiras em contexto diferente do original, alterando seu significado de modo a enganar e confundir quem os recebe.

O que diz o post

"URGENTE: Maduro simula atentado contra si próprio no desespero da derrota", diz a legenda da publicação.

No vídeo, um oficial das Forças Armadas da Venezuela está com um bastão na mão e um zoom mostra ele fazendo um movimento com o dedo para pressionar um suposto botão. Logo após isso, uma explosão ocorre perto de onde Nicolás Maduro discursa.

Na sequência, um homem diz que o Brasil não possui urnas eletrônicas "auditáveis": "O Maduro acabou de passar um recibo que o Brasil não tem urnas auditáveis, e as urnas do Brasil são da Venezuela. Isso é um escândalo absurdo. Minha pergunta é: Alexandre de Moraes vai inserir o Maduro no inquérito das fake news? Se não fizer, passa um recibo de perseguição contra Elon Musk".

Por que é distorcido

Ataque ocorreu, mas foi em 2018. Por meio da busca reversa do Google (aqui), é possível identificar que a explosão não é atual, mas, sim, de 4 agosto de 2018 (aqui e aqui).

Explosão foi reivindicada por grupo rebelde ao regime. Na época, o grupo dizia buscar "resgatar a democracia de uma nação sob ditadura" (aqui).

Condenações de envolvidos. Em agosto de 2022, 17 pessoas foram condenadas pelo atentado contra o ditador (aqui).

Urnas brasileiras são auditáveis. As urnas são auditadas durante a votação e esse registro pode ser checado depois, inclusive. Em um processo de votação paralelo ao oficial, realizado durante o dia da eleição, os resultados são verificados. Esses dados também ficam registrados para uma possível auditoria futura (aqui).

Urnas são fabricadas no Brasil. A urna eletrônica brasileira era produzida por uma empresa norte-americana, e, hoje, quem comanda a produção é uma companhia brasileira (aqui). Os componentes das urnas usadas em 2022 foram produzidas em Manaus (AM) e a montagem dos equipamentos ocorreu em Ilhéus (BA) (aqui).

Viralização. No Instagram, um post com a desinformação registrava mais de 12 mil curtidas até esta segunda-feira (29).

Esse conteúdo também foi checado pela Reuters (aqui).

Maduro é proclamado presidente e MP diz que vai investigar oposição

Órgão eleitoral da Venezuela proclamou Nicolás Maduro vencedor das eleições. Com a decisão, o ditador continua no cargo para um terceiro mandato consecutivo de seis anos. A oposição reivindicou a vitória de Edmundo González Urrutia e alega que houve fraudes no pleito.

Maduro teve 51,2% dos votos, anunciou o CNE, órgão responsável pela realização dos processos eleitorais no país. Com 80% das urnas apuradas, o atual presidente foi declarado vencedor ao obter 5,150 milhões de votos contra 4,445 milhões (44,2%) de Edmundo González Urrutia. O anúncio ocorreu por volta da 1h da madrugada (horário de Brasília) e depois não foi mais atualizado.

O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, anunciou a abertura de uma investigação contra a oposição ao presidente Nicolás Maduro. Os oposicionistas, liderados por María Corina Machado, tentaram interferir nas eleições, segundo o chefe do MP.

Países da América Latina disseram que vão solicitar uma reunião urgente da OEA (Organização dos Estados Americanos) contra a falta de transparência nas eleições da Venezuela. Nota conjunta de Uruguai, Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru e República Dominicana pede uma contagem transparente dos votos.

Sem reconhecer a vitória de Nicolás Maduro, o governo brasileiro emitiu uma nota. O comunicado deixa claro que a publicação dos dados desagregados de cada uma das sessões é fundamental para a legitimidade do pleito.

Sugestões de checagens podem ser enviadas para o WhatsApp (11) 97684-6049 ou para o email uolconfere@uol.com.br.

5 dicas para você não cair em fake news

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