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Maduro é proclamado presidente da Venezuela antes de atas serem divulgadas

O ditador Nicolás Maduro foi proclamado presidente da Venezuela na tarde desta segunda-feira (29), horas após o resultado da eleição. A vitória foi confirmada pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral), mas as atas da eleição não foram divulgadas.

O que aconteceu

Maduro definiu o resultado como "irreversível". "Assumo o mandato do povo para ser seu presidente e levar nosso país à paz e prosperidade, à união nacional através do diálogo e, como esse resultado, a ser irreversível a paz, a igualdade, a independência nacional. Isso que tem que ser irreversível, a paz e a união, entre todos e todas".

Durante o discurso, o ditador afirmou também "que não haverá fraqueza" contra adversários. "Desta vez não haverá nenhum tipo de fraqueza. Desta vez, na Venezuela, a Constituição será respeitada, a lei será respeitada e nem o ódio, nem o fascismo, nem a mentira, nem a manipulação prevalecerão". Ele ainda disse que "estão tentando dar um golpe de Estado na Venezuela".

O presidente do CNE, Elvis Amoroso, reforçou a vitória de Maduro. "Os venezuelanos expressaram sua vontade absoluta ao eleger Nicolás Maduro Moros como presidente da República Bolivariana da Venezuela para o período 2025-2031", disse Amoroso, que é próximo do chavismo.

Citando o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, Maduro relacionou o apoio de líderes internacionais à oposição nesta eleição ao apoio declarado a Juan Guaidó em 2019. "Toda a ultradireita fascista, [...] os mesmos grupos, dirigidos pelo império norte-americano, foram os que tentaram tirar o poder do povo na Venezuela".

O venezuelano assume para o terceiro mandato, até 2031. O pleito, porém, foi marcado por uma série de polêmicas.

Uma jornada histórica. Vencer o facismo, os demônios, as demônias, sob as forças de Bolívar e de Chavez, é uma proeza historica, e o povo o fez, novamente.
Nicolás Maduro

Críticas e contestações

Países da América Latina disseram que vão solicitar uma reunião urgente da OEA (Organização dos Estados Americanos) contra a falta de transparência nas eleições da Venezuela. Nota conjunta de Uruguai, Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru e República Dominicana pede uma contagem transparente dos votos.

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A contagem dos votos deve ser transparente e os resultados não devem suscitar dúvidas. Nossos Governos solicitarão uma reunião urgente do Conselho Permanente da OEA para emitir uma resolução que salvaguarde a vontade popular.

Sem reconhecer a vitória de Nicolás Maduro, o governo brasileiro emitiu uma nota. O comunicado deixa claro que a publicação dos dados desagregados de cada uma das sessões é fundamental para a legitimidade do pleito.

Enviado de Lula para Caracas, Celso Amorim afirmou que está "incomodado" com a questão da transparência na eleição venezuelana.

Maduro teve 51,2% dos votos, anunciou o CNE, órgão responsável pela realização dos processos eleitorais no país. Com 80% das urnas apuradas, o atual presidente foi declarado vencedor ao obter 5,150 milhões de votos contra 4,445 milhões (44,2%) de Edmundo González Urrutia. O anúncio ocorreu por volta da 1h da madrugada (horário de Brasília) e depois não foi mais atualizado.

O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, anunciou a abertura de uma investigação contra a oposição ao presidente Nicolás Maduro. Os oposicionistas, liderados por María Corina Machado, tentaram interferir nas eleições, segundo o chefe do MP.

*com informações da AFP

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