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Maria do Rosário não defendeu criminosos por assalto; deputado se retratou

31.out.2024 - O então deputado estadual de MG Cabo Júlio se retratrou publicamente por determinação do Ministério Público em 2018 Imagem: Arte/UOL sobre Reprodução Instagram

Do UOL, no Rio

31/10/2024 15h44

É falso que a deputada federal Maria do Rosário (PT) tenha defendido criminosos de um assalto que acabou em mortes em São Paulo.

Post usa trecho de uma declaração do então deputado Cabo Júlio (MDB), em 2016, em que ele reproduziu desinformação das redes sociais.

Dois anos depois, o deputado teve que se retratar pela desinformação por determinação do Ministério Público de Minas Gerais.

O que diz o post

A publicação mostra o recorte de um pronunciamento do então deputado da ALMG (Assembleia Legislativa de Minas Gerais) Cabo Júlio em 2016. Ele diz que houve um assalto em São Paulo, e que um homem, o motorista, teria reagido, e três pessoas acabaram morrendo.

Em seguida, atribui a Maria do Rosário uma declaração falsa. Segundo ele, a parlamentar teria dito: "Era bom que a sociedade parasse pra pensar, hoje temos três famílias chorando em razão desse PM opressor, caso ele não tivesse reagido, apenas uma família choraria, assim o prejuízo seria menor pra sociedade". O deputado então xinga e ofende a parlamentar.

O vídeo de 2016 foi publicado nas redes sociais no dia 15 de outubro de 2024, quando Maria do Rosário disputava o segundo turno da eleição para Prefeitura de Porto Alegre.

Por que é falso

Deputado se baseou em uma montagem falsa. Cabo Júlio atribuiu suposta afirmação a Maria do Rosário com base em informações falsas das redes sociais, como é possível verificar em matérias jornalísticas da época (aqui, aqui e aqui). A data na montagem desinformativa que originou o boato, 4 de novembro, não batia com a data do caso, 5 de novembro (aqui).

Ele se retratou no ano seguinte. Em 2017, Cabo Júlio pediu desculpas a Maria do Rosário no plenário da Assemblei de Minas Gerais (aqui) depois que o Ministério Público abriu um inquérito para investigar a conduta do político (aqui e aqui). Naquela ocasião, ele ainda xingou a parlamentar de "vaca".

MP-MG ordenou retratação pública em 2018. A ação aconteceu depois que a petista entrou com uma representação contra ele no Ministério Público estadual por causa da ofensa sofrida (aqui e aqui). "Confesso que fui induzido a cometer esse erro contra a deputada por notícias falsas que foram veiculadas, prejudicando sua imagem com pronunciamentos divulgados como se fossem seus. No entanto, não posso deixar de reconhecer que em nenhuma circunstância tinha o direito de ofendê-la", diz trecho da retratação.

Post desinformativo foi publicado no 2º turno das eleições este ano. Maria do Rosário disputava a Prefeitura de Porto Alegre com o atual prefeito Sebastião Melo (MDB). Ele foi reeleito com 61,53% dos votos. Já a petista registrou 38,47% dos votos.

Viralização. No Instagram, um post com o conteúdo desinformativo registrava mais de 85 mil reproduções.

Este conteúdo também foi verificado por AFP.

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