Porto Alegre lidera desigualdade entre negros e brancos no país
Dados do relatório Desenvolvimento Humano para Além das Médias, divulgado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) nesta quarta (10), mostram que Porto Alegre (RS) é a cidade com maior desigualdade entre negros e brancos no Brasil.
Isso porque, enquanto o IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal) da população negra na capital gaúcha é de 0,705, o da população branca é de 0,833 –diferença de 18,2%, a maior encontrada entre as cidades brasileiras consideradas no estudo. A diferença média nacional é de 14,42%.
O levantamento foi realizado a partir de dados do Censo Demográfico do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2000 e de 2010, considerando fatores como longevidade, educação e renda de acordo com o sexo, cor e situação de domicílio (rural ou urbana). O levantamento considera os Estados, 20 regiões metropolitanas e 111 municípios (todos com população igual ou superior à da capital menos populosa, Palmas).
A cidade de Ribeirão das Neves (MG), por outro lado, é a que apresenta menor desigualdade entre negros e brancos, com diferença de 3,1%: enquanto o IDHM da população negra é de 0,680, o da população branca é de 0,701.
Em números absolutos, o pior IDHM encontrado para a população negra é o de Caruaru (PE): 0,654. Já o melhor é o de Vitória (ES), onde o índice alcança 0,790. Nessas cidades, o IDHM para a população branca é de, respectivamente, 0,703 e 0,904.
Desigualdade no Brasil diminui, mas diferença ainda é grande
Veja outros destaques do relatório:
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Renda urbana e rural
De acordo com as análises do Ipea, a renda domiciliar per capita média da população urbana, que é de R$ 882,60, é quase duas vezes maior do que a da população rural, de R$ 312,70. A escolaridade nos centros urbanos também é maior do que nas áreas rurais: 60% da população urbana com mais de 18 anos possui o ensino fundamental completo, contra apenas 26,5% da população rural.
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Regiões metropolitanas
Considerando apenas as regiões metropolitanas, a maior diferença percentual entre o IDHM da população negra e o IDHM da população branca, em 2010, foi observada na Grande Vitória (ES), onde o IDHM branco era 13,9% superior ao IDHM negro. Em seguida, aparecem a região metropolitana de Salvador (BA) (13,8%) e a de Curitiba (PR) (13,3%).
Já a RM de Manaus (AM) é a região metropolitana brasileira mais desigual entre as populações urbanas e rural, com um IDHM urbano 31,3% superior ao IDHM rural. Em seguida, aparecem a de Natal (RN) (30,2%) e a de Recife (PE) (27,9%). -
Desigualdade entre homens e mulheres
Os dados do IDHM das mulheres costumam variar entre valores próximos aos dos homens. A exceção aparece quando se fala em renda, já que a variação do rendimento dos homens é maior do que a das mulheres.
Em 2010, o rendimento médio para a população feminina com mais de 18 anos variou de R$ 626,78, em Caucaia (CE), a R$ 2.167,20, em Vitória (ES). Para os homens, a renda foi de R$ 814,45, também em Caucaia (CE), para R$ 3.242,24, em Niterói (RJ).
O IDHM das mulheres variou entre 0,657, em Marabá (PA), e 0,825, em Florianópolis (SC). Já o IDHM dos homens foi de 0,671, em Petrolina (PE), a 0,862, em Blumenau (SC).
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