Polícia identifica terceiro suspeito de matar delegado que dava entrevista ao vivo a rádio na BA
A Polícia de Camaçari (região metropolitana de Salvador-BA) confirmou na manhã desta quinta-feira (27) que identificou mais um suspeito de participar do assassinato do delegado titular da 18ª Delegacia do município, Clayton Leão Chaves, 33, assassinado na manhã desta quarta-feira (26), enquanto era entrevistado ao vivo pela rádio Líder FM.
Momentos antes do enterro do delegado, a polícia de Camaçari confirmou a prisão desse terceiro suspeito de participação no crime -- todos serão apresentados ainda hoje na SSP (Secretaria da Segurança Pública).
Na noite desta quarta, foram presos Reinaldo Valência de Lima, 25, e Edson dos Santos Cortes, 30, que, de acordo com a polícia, teriam confessado que pretendiam tomar o carro de Leão de assalto mas, quando notaram que estavam diante de um delegado, resolveram matá-lo. Em depoimento no final da noite desta quarta, os dois homens que foram presos contaram que pretendiam roubar o carro e todos os objetos que estavam no veículo.
Ainda de acordo com o depoimento, ambos revelaram que participaram de dois roubos de carros antes de atacarem o delegado. Edson disse que foi o responsável pelos disparos e Reinaldo contou que dirigiu o carro utilizado para abordar o delegado.
Segundo a polícia, quatro pessoas teriam participado do crime. Também nesta quarta-feira, outro suspeito de envolvimento no caso foi morto. Segundo a polícia, a vítima e um homem que estava em sua companhia foram abordados no distrito de Jauá, mas teriam reagido.
O corpo do delegado Leão será enterrado nesta manhã. Horas depois do crime, a polícia encontrou o carro utilizado para transportar as pessoas que mataram o delegado, um Corsa branco, de placa vermelha. O veículo estava abandonado em uma estrada que dá acesso ao Pólo Petroquímico de Camaçari. Os criminosos atearam fogo ao veículo.
Morte registrada ao vivo
Pouco antes de ser morto, o delegado havia estacionado o seu carro no acostamento da estrada da Cascalheira, que liga Arembepe a Camaçari, para ser entrevistado pelo celular quando foi atingido com dois tiros na cabeça. Ele estava acompanhado pela mulher, que não sofreu ferimentos.
Chaves participava do programa “De Olho na Cidade”, comandado pelos radialistas Marco Antonio Ribeiro e Raimundo Rui. “Ele seria entrevistado em nosso estúdio, mas telefonou para avisar que não chegaria a tempo porque tinha levado a mulher para uma clínica odontológica. Então, ele mesmo sugeriu para ser entrevistado pelo celular, só pediu um minuto para estacionar o carro”, disse Ribeiro.
Segundo o radialista, o delegado foi entrevistado por cerca de 15 minutos, até ser atingido. “Suas últimas palavras foram 'peraí, peraí'", afirmou. Na gravação feita pela emissora, é possível ouvir a mulher do delegado pedindo socorro. Policiais do Comando de Operações Especiais e um helicóptero foram deslocados para a cidade para tentar localizar e prender os responsáveis pela morte do delegado.
De acordo com policiais que estão participando da caçada ao último suspeito de participação no crime, o delegado, logo que assumiu o comando da 18ª DP, em dezembro de 2008, desenvolveu um trabalho específico para combater o tráfico de drogas na cidade. A última grande ação que contou com a participação de Chaves aconteceu no final do ano passado, durante a "Operação Pégasus", que realizou dez prisões em Camaçari. O principal objetivo da ação foi a desarticulação de uma quadrilha de roubo de cargas e veículos que atuava nas estradas baianas.
Com o assassinato, os policiais civis da Bahia suspenderam a greve iniciada na semana passada para investigar o crime. Antes de ser transferido para Camaçari, Clayton Leão Chaves trabalhou como coordenador do Grupo de Repressão a Roubo a Estabelecimento Financeiro e do Centro de Operações Especiais da Secretaria da Segurança Pública, em Salvador.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.