Presos dormem ao relento em "gaiolão" improvisado por tela de arame no interior de Minas Gerais
Ao menos doze presos albergados (que trabalham durante o dia e passam a noite recolhidos nas celas) estão dormindo ao relento desde a última sexta-feira em uma cadeia da cidade de Três Corações, região Sul de Minas Gerais e distante 300 km de Belo Horizonte.
Os detentos foram alojados em local ao ar livre cercado por tela de arame, conhecido como “gaiolão”, por não haver espaço dentro da cadeia e há denúncia de que eles teriam de levar o próprio colchão de casa para não dormirem diretamente no chão gelado. Um morador da cidade, que não quis ser identificado, revelou que as madrugadas na cidade estão bastante frias, com temperaturas beirando os 10 graus.
A reportagem do UOL Notícias tentou entrar em contato com o delegado titular da cidade, mas não obteve resposta.
Segundo a assessoria da Polícia Civil, que é responsável pela administração da cadeia, a informação recebida pelo setor, em Belo Horizonte, dá conta de a construção ter capacidade para acolher 80 detentos, mas atualmente 150 pessoas estão alojadas no recinto, informou a Polícia Civil.
Ainda de acordo com o órgão, a situação deverá se normalizar hoje com a transferência de 20 presos para penitenciária de Três Corações, o que possibilitaria o confinamento dos albergados dentro do local. As informações, segundo a Polícia Civil de Belo Horizonte, foram repassadas à assessoria da capital pelo delegado regional de Três Corações, Marco Aurélio Chauke Piovezan.
Ainda conforme com o órgão, as denúncias de haver necessidade de os albergados levarem colchão para dormirem não procedem, já que a cadeia fornece o utensílio aos presos.
A secretaria de Estado de Defesa Social informou que a cadeia da cidade é de total responsabilidade da Polícia Civil.
Cobrança
O presidente da Comissão de direitos Humanos da OAB, seção MG, William dos Santos, disse que nesta quarta-feira vai pedir esclarecimentos ao juiz da comarca de Três Corações sobre a condição do local. Ele também diz ter entrado em contato com o secretário-adjunto de Estado de Defesa Social, Daniel Nepomuceno, e garantiu ter ouvido dele que o caso será apurado, apesar de a cadeia não ser de responsabilidade do órgão.
“Não podemos permitir uma coisa dessas, ainda mais em uma cidade do porte de Três Corações, que tem estrutura para não passar por uma situação dessas”, informou o presidente.
Ele disse ainda que irá denunciar o caso ao presidente da comissão de Direitos Humanos da Assembleia de Minas Gerais, deputado Durval Ângelo (PT).
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