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Com valores "quebrados", pedágios de SP sofrem novo reajuste nessa quinta

Guilherme Balza

Do UOL Notícias* <BR> Em São Paulo

30/06/2010 12h00

Os motoristas que trafegam pelas principais estradas paulistas pagarão mais caro pelas tarifas de pedágio a partir de 0h dessa quinta-feira (1º). A Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo) reajustará os valores dos pedágios das rodovias administradas por concessionárias, com base no IGP-M (Índice Geral dos Preços do Mercado) e no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).

Para as concessões feitas entre 1998 e 2000, o reajuste será baseado no IGP-M, que nos últimos 12 meses foi de 4,18%. Já nas vias concedidas entre 2008 e 2009, o reajuste tomará como medida o IPCA e ficará em torno de 5,22%. Em mais de metade dos pedágios, haverá tarifas "quebradas" em R$ 0,05.

Nos últimos reajustes, os arredondamentos foram feitos em R$ 0,10 para facilitar a entrega de troco. Assim, se a tarifa calculada terminasse em até R$ 0,05, ela era ajustada para menos. Acima disso, para mais.

No reajuste atual, os valores foram arredondados também em R$ 0,05. Por exemplo, no pedágio do km 152 da via Anhanguera, a tarifa cobrada com o arredondamento será de R$ 4,25.

Segundo Manoel Lima Junior, presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga de SP, o reajuste na tarifa do pedágio será repassado ao consumidor dos produtos transportados nas rodovias. “O valor do reajuste será repassado na cobrança do frete, que, por sua vez, aumentará o valor dos produtos comprados pelo consumidor. É um efeito cascata. O pedágio é extremamente caro. A cobrança poderia ser feito com valores mais adequados”, disse.

Em entrevista ao UOL Notícias, Mauro Arce, secretário estadual dos Transportes, afirmou que os pedágios precisam ser reajustados anualmente como qualquer “produto ou serviço” e que isso está previsto no contrato com as concessionárias. “Até o preço da água tem correção anual. Com o pedágio é a mesma coisa, não tem milagre. Ou o usuário paga o pedágio para ter a estrada melhor, ou todo mundo vai pagar, até os que não andam [na estrada].”

SP tem 160 pedágios

O Estado de São Paulo possui 35 mil km de estradas pavimentadas --22 mil estaduais, 1.050 federais e 12 mil de estradas vicinais. Do total de vias sob a responsabilidade do Estado (34 mil km), 5,6 mil km (16%) estão sob responsabilidade de concessionárias.

Desde que foi iniciado, em 1998, o Programa de Concessões Rodoviárias do Estado criou 125 novas praças de pedágio em rodovias paulistas. O Estado já tem mais pedágios do que todo o resto do Brasil. São 160 pontos de cobrança em vias estaduais e federais no território paulista, ante 113 no restante do país, segundo a Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias.

Apenas na primeira etapa do programa (1998 a 2000), 75 novos pedágios foram implantados nas vias, com valores que variam de R$ 2,15 a R$ 18,50, para carros de passeio, considerando os valores já reajustados.

As rodovias Anhanguera, Castello Branco, Bandeirantes, Washington Luis, Raposo Tavares e Imigrantes foram as vias que mais receberam novos pontos de pedágio na primeira etapa. Somente a via Anhanguera recebeu 11 novos pedágios. Na Castello foram implantados nove pedágios.

Na segunda etapa do programa de concessões (2008 e 2009), 50 novas praças foram implantadas. Nessa etapa, rodovias como a Dom Pedro I, Raposo Tavares, Marechal Rondon e o Rodoanel Mário Covas foram as mais pedagiadas.

R$ 12 bilhões
De acordo com a Artesp, o programa de concessões destinou até agora R$ 12 bilhões para ampliação e modernização de 5,2 mil quilômetros de rodovias. Para operação e manutenção foram destinados outros R$ 8,4 bilhões em recursos.

Segundo a agência, os recursos advindos dos pedágios são destinados à manutenção das vias e também às prefeituras de 242 municípios paulistas cortados por elas. Desde 2000, os órgãos municipais receberam R$ 1,4 bilhões.

*Com informações da Agência Estado e do Infomoney