Cerca de 20 mil metalúrgicos entram em greve na BA; Ford para
Cerca de 20 mil metalúrgicos, de acordo com o sindicato da categoria, entraram em greve nesta quarta-feira (8) na Bahia, paralisando as atividades de 35 empresas em Salvador e na região metropolitana da capital baiana, entre as quais a Ford, a única empresa automotiva do Nordeste. A montadora, instalada em Camaçari (região metropolitana de Salvador) tem capacidade para produzir 912 veículos por dia.
Os metalúrgicos reivindicam um reajuste salarial de 12% --os empresários oferecem 7%. “O percentual proposto pelos patrões não reflete o bom momento econômico dos empresários”, disse Aurino Pedreira, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari.
De acordo com ele, dados divulgados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais do Estado revelam que setor metalúrgico na Bahia registrou crescimento de 16,9% no segundo trimestre deste ano. “Somente nesse período, a Ford brasileira, por exemplo, lucrou R$ 2,6 bilhões, R$ 932 milhões a mais do que o acumulado no primeiro trimestre de 2010.”
Pedreira afirmou, ainda, que a tendência é estender a paralisação a outras empresas. “A mobilização é muito grande e vamos paralisar as atividades de outras indústrias nas próximas horas.” No Complexo Ford, onde atuam 27 empresas parceiras da montadora e cerca de 10 mil trabalhadores, a greve começou na madrugada desta quarta-feira, durante a chegada dos funcionários do primeiro turno.
O presidente da Federação dos Metalúrgicos da Bahia, Antonio Viana Balbino, disse que antes de a categoria entrar em greve, foram realizadas 16 rodadas de negociação, e todas terminaram em impasse. “Não podemos ser taxados de intransigentes.”
A Ford, por sua assessoria de imprensa, confirmou a paralisação na montadora e acrescentou que as negociações estão sendo conduzidas pelo Simmeb (Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Materiais Elétricos do Estado da Bahia). O Simmeb informou que novas rodadas de negociação com os grevistas devem acontecer nos próximos dias. Na Bahia, de acordo com o sindicato, existem cerca de 50 mil metalúrgicos.
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