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Presa mulher acusada de mandar matar garota de programa de luxo em Goiânia

Luiz Felipe Fernandes<br>Especial para o UOL Notícias<br>Em Goiânia

15/09/2010 15h32

A Polícia Civil de Goiás apresentou na manhã desta quarta-feira (15) os acusados de matar a garota de programa Iris Júlia Barreto Rodrigues Vieira, 21, no último dia 12 de agosto. Entre as quatro pessoas presas está Renatha Xavier Alves Muniz, 24, que seria a mandante do crime. Ela era amiga da vítima e também fazia programas.

Iris era de Frutal (MG). Em Goiânia, estava entre uma das mais concorridas garotas de programa da mais luxuosa casa noturna da região metropolitana da capital. Segundo a delegada Adriana Ribeiro de Barros, a jovem, bonita e atraente, tinha uma clientela selecionada – e abastada – que lhe rendeu uma conta corrente cobiçada pela colega de trabalho.

De acordo com a polícia, Renatha sabia que a amiga tinha acumulado R$ 30 mil com os programas, que estavam depositados numa conta. “Ela queria esse dinheiro”, afirma a delegada. Para isso, a acusada planejou a morte de Iris, contratando Paulo Fernando Ramos, 23, que também está preso.

Foi Paulo quem entrou em contato com outros dois comparsas: Clayton dos Santos Silva, 29, e Jean Radson Amaral de Oliveira, 19. O primeiro dirigia o carro que levou a vítima até o local da execução. O mais novo foi quem disparou seis vezes contra Iris. Quatro tiros atingiram o rosto dela. Os rapazes dividiriam R$ 2 mil pelo crime.

Depois do assassinato, Renatha fugiu para Manaus, onde estava vivendo com parentes. Ela voltou a Goiânia ao saber que o marido havia sido preso por suspeita de envolvimento no crime, mas a participação dele foi descartada.

Circuito interno

As câmeras de segurança de um posto de combustível registraram os últimos minutos de vida da garota de programa. Nas imagens é possível ver com clareza a vítima, Renatha e os três rapazes. Iris foi atraída para o local pela amiga, com o argumento de que iriam fazer um programa com os jovens, recebendo para isso R$ 700.

A delegada conta que durante todo o trajeto até uma área de um residencial em construção às margens da rodovia GO-020, os acusados – incluindo Renatha – simularam um assalto. “A Renatha, já sabendo de tudo, fazia de conta que ela também estava sendo vítima de assaltantes”.

Adriana conta que a mandante do crime acompanhou toda a execução e ainda debochou do jovem que atirou contra a vítima, chamando Jean de medroso por estar tremendo depois do crime.

Saques

Para a polícia, a prova de que o objetivo do crime era roubar o dinheiro da garota de programa foram três saques de R$ 800 cada feitos por Renatha da conta da vítima, um dia depois do assassinato. Duas retiradas já foram identificadas, inclusive por meio de imagens do circuito interno de um shopping.

Durante a apresentação dos acusados, na manhã de hoje, Renatha não falou com a imprensa. Cobrindo o rosto com os cabelos, ela apenas chorou quando questionada pelos jornalistas sobre a motivação do crime.

No depoimento, a delegada disse que a acusada tentou justificar que havia depositado R$ 12 mil na conta de Iris para que o ex-marido, com quem tinha uma conta conjunta, não desconfiasse que ela fazia programas. Disse também que teria mandado matar a amiga porque ela se recusava a entregar esse dinheiro.

A delegada não acredita nessa versão e autuou Renatha por latrocínio – roubo seguido de morte. Ela e os demais acusados também vão responder por formação de quadrilha. Clayton ainda foi autuado por receptação, já que o carro que ele utilizou para transportar a vítima foi roubado em maio deste ano de uma concessionária de Goiânia.