Vítimas de naufrágio na Bahia são enterradas; 1.200 pessoas vão à cerimônia
Sob um calor de 32º, cerca de 1.200 pessoas, de acordo com estimativas de policiais militares, acompanharam na manhã desta quarta-feira (15) o enterro coletivo de 9 das 11 vítimas do naufrágio de uma embarcação no Lago de Sobradinho, no Rio São Francisco, na Bahia. As outras duas vítimas também foram enterradas nesta manhã no povoado de Nova Holanda, a 180 km de Pilão Arcado (BA), município onde aconteceu o acidente na tarde do último domingo.
O enterro em Pilão Arcado --as covas foram abertas uma ao lado da outra-- foi marcado por muita emoção. Parentes das vítimas choraram muito, gritaram e houve desmaios --uma ambulância ficou estacionada ao lado do cemitério municipal para socorrer os familiares. Inicialmente, o enterro estava previsto parta acontecer no final da tarde de terça-feira, mas teve de ser adiado porque uma mãe e um pai que perderam filhos na tragédia estavam em São Paulo.
O velório foi realizado na Câmara Municipal de Pilão Arcado. Depois da missa de corpo presente, policiais militares tentaram deixar somente os familiares das vítimas dentro da Câmara para as últimas despedidas, mas não conseguiram --pelo menos 800 pessoas que ocuparam todos os espaços do local se recusaram a sair. Para acompanhar o enterro, funcionários dos estabelecimentos comerciais e repartições públicas foram liberados esta manhã do trabalho. A cidade decretou luto oficial de três dias desde terça-feira.
O naufrágio aconteceu a cerca de 12 km do centro de Pilão Arcado. No momento do acidente, 18 pessoas estavam em uma canoa --o equipamento, segundo a polícia, tinha capacidade para transportar somente três. Integrantes de uma mesma família, todos os passageiros, que voltavam de um passeio em um sítio de parentes, iriam utilizar um veículo que faz a linha regular para o município.
Seis adultos e uma criança sobreviveram ao naufrágio. O Lago de Sobradinho, local do acidente, possui uma extensão de 400 km e quase 4,25 mil km² de área. Em alguns trechos, sua largura atinge 25 km. O delegado Arnóbio Dionísio Soares disse que o excesso de passageiros na embarcação pode ter provocado o naufrágio. “Tenho de esperar o resultado do laudo, mas os indícios apontam para o excesso de pessoas na embarcação.” Ailton Lopes de Andrade, 35, condutor do barco, se apresentou à polícia e disse que o acidente foi uma fatalidade. Ele informou, também, que não cobrou para fazer o transporte, mas não soube explicar por que os passageiros não utilizavam coletes salva-vidas.
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