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Trens danificados voltam a circular; Metrô opera normalmente em SP

Caos na Linha 3-Vermelha do Metrô na manhã desta terça-feira; veja mais imagens - Alessandro Shinoda/Folhapress
Caos na Linha 3-Vermelha do Metrô na manhã desta terça-feira; veja mais imagens Imagem: Alessandro Shinoda/Folhapress

Arthur Guimarães<br>Do UOL Notícias<br>Em São Paulo

21/09/2010 18h51

O Metrô de São Paulo informou que a operação da malha de trens na capital paulista está totalmente normalizada no final da tarde desta terça-feira (21), após uma manhã de caos na cidade. A empresa afirma, via assessoria de imprensa, que as composições circulam normalmente e não há registro de novos tumultos como os registrados nesta manhã.


Nos trechos em que os trilhos não são cobertos, há uma redução de velocidade por conta da chuva que atinge a cidade, medida preventiva adotada regularmente. O Metrô afirmou que "muitos" dos 17 trens danificados pelo vandalismo durante a manhã já foram consertados. No entanto, a assessoria de imprensa não soube informar precisamente quantos estão novamente circulando. Segundo a empresa, os danos sofridos pelos veículos foram leves e estão reparados.

Pane
Por um problema em um vagão por volta das 7h50, as dezoito estações da Linha 3-Vermelha do Metrô de São Paulo tiveram seu funcionanento interrompido nesta manhã, causando tumultos em toda a malha viária da cidade.

A situação desencadeou um caos de 3 horas, em que passageiros invadiram as vias dos trilhos, superlotaram os ônibus e depredaram os trens. O incidente começou quando uma composição parou às 7h51 no trecho entre a estação Pedro 2º e a Sé, na Linha 3-Vermelha, quando o trem seguia sentido Palmeiras/Barra Funda, depois que supostamente botão de emergência foi acionado.

Segundo informações do diretor de operações da companhia, Conrado Grava de Souza, que conduz a investigação do ocorrido, uma blusa impediu o fechamento da porta do vagão e usuários acionaram o botão de emergência. A assessoria de imprensa do metrô explicou que este tipo de incidente não acontece com frequência, porque há uma orientação para que o botão não seja acionado indevidamente, mas, quando isso acontece, o procedimento padrão é parar o trem.

Como os passageiros deixaram os vagões pelas saídas de emergência, a energia elétrica da linha precisou ser desligada e isso provocou o enorme atraso nas operações, em efeito cascata.

Metroviários
O sindicato que representa os funcionários do Metrô de São Paulo sustentou nesta terça-feira (21) que um problema técnico em uma composição da Linha 3-Vermelha deu início ao tumulto nesta manhã na capital paulista.

Segundo Bene Barbosa, diretor de comunicação do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários de São Paulo (Metroviários), o sistema que impede a abertura das portas dos vagões fora das estações falhou.

Pelas informações obtidas pelo representante da categoria, que acompanhou o incidente in loco na região da Sé, tudo começou quando um "alarme de porta" foi acionado, espécie de sinal emitido à cabine de controle. O alerta serve, por exemplo, para comunicar uma tentativa de abrir a porta em movimento ou apontar que algo impede seu fechamento por completo.

Nesse momento, segundo ele, a composição que deu início ao problema estava parada perto da estação da Sé em uma espécie de congestionamento, esperando outro trem desembarcar passageiros. "Com o primeiro alarme, foi solicitado que um funcionário da própria estação, pela plataforma de emergência, fosse até a porta verificar o que tinha acontecido."

Chegando lá, diz Bene, o servidor do Metrô não teria verificado nenhum problema e orientado a composição a prosseguir viagem - assim que o trem da frente tivesse terminado o embarque de passageiros. Antes disso, no entanto, outra sinalização foi percebida. "Alguém teria apertado o botão de emergência", conta o diretor do sindicato, referindo-se ao dispositivo chamado de "botão-soco".

Mesmo com todos esses avisos, o metroviário argumenta que nenhuma porta deveria ter sido aberta no percurso. Em casos normais, diz ele, situações como essas são resolvidas na estação seguinte. "Mas as portas abriram, de alguma forma. E quando as pessoas foram para a via, obrigaram o sistema a desligar a força, acarretando todo o problema", diz.