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Primo de Bruno muda versão sobre desaparecimento de Eliza Samudio e não reconhece Bola

Rayder Bragon

Especial para o UOL Notícias <BR> Em Contagem (MG)

08/10/2010 12h27

O adolescente J., primo do goleiro Bruno Souza, cujas declarações no Rio de Janeiro deflagraram as investigações sobre o desaparecimento de Eliza Samudio, negou nesta sexta-feira (8) que tenha agredido a ex-amante do goleiro e que tenha presenciado a morte dela. As afirmações foram feitas em depoimento para a juíza Maritxa Fabiane, do 1º Tribunal do Júri de Contagem (MG).

O menor, que já mudou várias vezes sua versão sobre o desaparecimento de Samudio, disse à juíza que dessa vez iria contar toda a verdade. J. negou que havia uma arma na Range Rover que levou ele, a ex-amante de Bruno, o bebê dela e Luiz Henrique Romão, o Macarrão, do Rio de Janeiro para Minas Gerais.

De acordo com o adolescente, ele não deu coronhadas em Samudio, diferentemente do que havia dito antes. Os ferimentos na vítima, que deixaram manchas de sangue no carro, foram causados por cotoveladas que o menor deu nela, segundo J. As cotoveladas, de acordo com o jovem, foram dadas após Eliza Samudio ter tentado enforcá-lo durante uma briga para ver quem iria ficar no banco da frente do carro, junto com o bebê.

J. afirmou que no dia em que Eliza teria sido executada Macarrão lhe disse que entregou um dinheiro à moça para ela ir embora. Depois desse dia, o adolescente disse que só viu o goleiro Bruno e Macarrão dias depois, em uma partida da equipe de futebol amador “100%”, liderada por Bruno.

Questionado pelo promotor Gustavo Fantini sobre as constantes mudanças nos depoimentos, o menor disse que pela primeira vez ele está depondo sem qualquer pressão. De acordo com J., as delegadas Alessandra Wilke e Ana Maria Santos o pressionavam constantemente para que ele falasse.

O menor também não reconheceu Marcos Aparecidos dos Santos, o Bola, apontado pela polícia como o executor da morte de Eliza Samudio. Após o suspeito ter sido colocado na frente do jovem, ele pediu desculpas e disse que o Bola que conhecia era outra pessoa que, por coincidência, também era adestrador de cães.