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Grupos LGBT vão às ruas do Rio em defesa da criminalização da homofobia e do Estado laico

Da Agência Brasil

No Rio de Janeiro

20/10/2010 12h24

Grupos de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros (LGBT) vão realizar na tarde desta quarta-feira (20) na Cinelândia, em frente à Câmara dos Vereadores, no centro do Rio de Janeiro, um ato em defesa do Estado laico e pela criminalização da homofobia.

O Fórum Estadual LGBT, que reúne 25 organizações cariocas, organizou a atividade com o objetivo de chamar a atenção da sociedade para as vidas que estão sendo tiradas por causa de preconceito, discriminação e falta de informação.

De acordo com o secretário do fórum e presidente do Grupo Arco-Íris de Cidadania LGBT, Julio Moreira, uma das reivindicações do ato é a aprovação do Projeto de Lei Complementar 122/06, que tramita no Congresso, para tornar crime a homofobia, assim como ocorre com o racismo.

“O motivo desse ato é fazer um chamado na sociedade civil sobre a questão da homofobia no Brasil, principalmente nessa última semana, quando o tema foi tratado pelos candidatos à Presidência da República. A gente veio chamar a atenção para a necessidade de uma legislação no país que criminalize a homofobia, tendo em vista que a cada dois dias um homossexual é morto no Brasil”, destaca.

Outra questão destacada pelo ativista é que o Brasil é um país laico, de acordo com a Constituição. Moreira critica o fato de a religião ser um tema muito abordado na discussão política recentemente.

Segundo o secretário do fórum, o Grupo Gay Bahia fez um levantamento que aponta um aumento de 20% nos assassinatos de 2007 para 2009. Ele critica a falta de visibilidade dos crimes, por não haver uma sistematização de dados e porque os relatos são feitos de acordo com os recortes dos jornais.

“Todos os crimes são caracterizados como de ódio, onde a vítima não é apenas assassinada pois tem a morte moral também. Poucos casos são resolvidos, poucos criminosos são punidos e, quando são presos, são soltos muito rapidamente”, critica Julio Moreira.

Na manifestação, muitos ativistas estarão pintados com tinta vermelha para simbolizar as mortes que ocorrem nos grupos LGBT no Brasil. Só nos últimos dois meses oito travestis foram assassinados no estado do Rio de Janeiro, segundo as lideranças LGBT.