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Juiz determina liberação de presos por falta de condições de cadeia na Bahia

Heliana Frazão<br>Especial para o UOL Notícias<BR>Em Salvador

30/11/2010 22h01

Os 20 presos da cadeia pública da cidade baiana de Buerarema (450 km de Salvador) foram colocados em liberdade nesta terça-feira (30) por determinação da Justiça. Atendendo a um pedido do promotor de Justiça, Maurício Falcão, ojuiz Antônio Carlos de Souza Hygino determinou a imediata liberação dos presos –alguns acusados de homicídio e tráfico de drogas– por falta de condições estruturais e de higiene da cadeia.

Segundo o juiz, o local não oferece nem mesmo as mínimas condições para atender aos presos, que estavam dividindo espaço com ratos e baratas. Conforme o magistrado, no início do mês, a Corregedoria Estadual de Justiça autorizou a transferência dos presos para Salvador, mas ele afirma não ter recebido qualquer resposta por parte da Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Estado.

“A secretaria de Segurança ignorou o ofício encaminhado contendo a autorização de transferência do Corregedor Geral de Justiça”, disse o juiz, justificando não ter tido outra opção a não ser soltar os presos, todos ainda aguardando julgamento.

A SSP foi procurada pela reportagem, mas ninguém atendeu os telefonemas.

Desde o início do mês a Polícia Civil deixou de fazer a custódia dos presos alegando não haver condições para o trabalho. O serviço passou então a ser realizado pela Guarda Municipal. No dia 17 de outubro, cinco presos escaparam por um buraco cavado no chão da cela.

Como a polícia de Buerarema afirma não ter condição de vigiar os 20 acusados libertados, eles, ao deixarem a cadeia, assinaram um documento comprometendo-se a não sair da cidade e a apresentarem-se ao juiz a cada 30 dias.

Segundo o juiz, dos 20 apenas um, identificado como Jocimar Nascimento de Jesus, mais conhecido como Budão, permaneceu no local porque será encaminhado para o presídio do município de Itabuna.

A cadeia pública de Buerarema deverá passar por uma reforma, que está orçada em R$ 80 mil, mas ainda não há prazo para o início das obras. O valor será custeado por um consórcio formado pela prefeitura e pelas cidades vizinhas de Juassari e São José da Vitória, já que a cadeia também atende a estes dois municípios.