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Chuvas no RJ já deixam 470 mortos na região serrana

Do UOL Notícias*

Em São Paulo

13/01/2011 11h31Atualizada em 13/01/2011 20h39

As chuvas que atingem a região serrana do Rio de Janeiro já mataram pelo menos 470 pessoas identificadas até as 20h30 desta quinta-feira (13), segundo informações da Polícia Civil do Estado. Nova Friburgo é a cidade até o momento mais atingida pela destruição, com a soma de ao menos 214 vítimas já identificadas -- entre as quais, três bombeiros. Em entrevista ao UOL Notícias na cidade no início da tarde, o comandante do bombeiros no RJ, Pedro Machado, estima que há pelo menos 160 corpos no necrotério improvisado na praça Getúlio Vargas, região central. O local está preparado para receber 400 corpos. O número de mortos ainda deve aumentar, segundo a contagem das prefeituras das cidades atingidas, que já ultrapassa a oficial.

Teresópolis, segundo a Polícia Civil, tem 208 mortos já identificados pela Polícia Civil. Petrópolis e Itaipava têm 35 mortes. A prefeitura local afirma serem 39 o número de mortos. Nesta quinta (13), houve registro de 13 mortos com identificação na cidade de Sumidouro, na microrregião de Nova Friburgo. Já a prefeitura local contabiliza 19 mortes. Todos os corpos estavam no distrito de Campinas, na zona rural. Ainda conforme a prefeitura, é a quinta situação de mortes em deslizamentos causados pela chuva desde novembro do ano passado. Sumidouro está em estado de emergência desde dezembro de 2010.

Em Nova Friburgo, segundo o comandante dos bombeiros, há mais de 220 desaparecidos; a área que concentra quase metade deles, 100, é a Granja Pinelli, de difícil acesso. As dificuldades de comunicação, por conta de panes em sistemas de telefonia, causados pela chuva, continuam.

No começo da tarde, equipes de resgate da Defesa Civil de Petrópolis chegaram às localidades conhecidas como Alto Cavalo e Santa Rita, no Vale do Cuiabá, que são os locais com o maior grau de dificuldade de acesso para as equipes. De acordo com as equipes, no local foram encontradas 26 pessoas que estavam isoladas e sem nenhum meio de comunicação. A Secretaria de Trabalho, Assistência Social e Cidadania (Setrac) já encaminhou alimentos, água, material higiênico, entre outros para o auxílio das vítimas. De acordo com a Defesa Civil, nenhuma morte foi registrada no local.

Os números de mortos em toda a região serrana podem aumentar, já que as buscas por mais vítimas devem continuar nos próximos dias e as áreas são de difícil acesso.

Tragédias no RJ em 2010

  • Angra dos Reis

    (1º jan)

    Em Angra dos Reis, dois deslizamentos causaram 53 mortes no primeiro dia de 2010, no morro da Carioca, em Angra, e na Praia do Bananal, na Ilha Grande

  • Niterói

    (5 e 6 de abril)

    Temporais no Estado deixaram 257 mortos. Em Niterói, a região mais atingida, 168 pessoas morreram

  • Bumba

    (7 de abril)

    Na madrugada do dia 7 de abril, um deslizamento no morro do Bumba matou 45 pessoas

    Nesta tarde, prefeitos das cidades da região serrana devastadas pela chuva e pelos deslizamentos se reuniram no Rio de Janeiro com o governador Sérgio Cabral, que cancelou agenda de férias no exterior, e com a presidente Dilma Rousseff.

    Dilma sobrevoou as áreas atingidas nesta quinta e, ontem (12), assinou uma medida provisória que destina R$ 780 milhões para os ministérios enviarem auxílio às regiões afetadas.

    O Ministério da Saúde anunciou que enviará mais de sete toneladas de medicamentos e insumos para o auxílio às pessoas atingidas pelas enchentes no Estado.

    Hospitais de campanha são instalados nas cidades de Nova Friburgo e Teresópolis, segundo informações do governo estadual. A Petrobras enviará ainda helicópteros que serão utilizados em operações de busca nas áreas rurais e de difícil acesso em Nova Friburgo.

    O vice-governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, percorreu nesta quarta (12), de helicóptero, os três municípios. Ele afirma nunca ter visto uma tragédia igual. “Nunca vi nada igual, nem mesmo nos deslizamentos de Angra dos Reis, no final de 2009. Este é o momento de ver o que pode ser feito para resolver a situação dessas pessoas, buscando, principalmente, desobstruir as estradas e garantir o acesso de serviços e apoio para se devolver à normalidade à população”, afirmou.

    * Com informações de Fabíola Ortiz, em Nova Friburgo, Especial para o UOL Notícias

    Pontos críticos provocados pela chuva no Rio de Janeiro

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