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Telefones públicos de Salvador não funcionam, frustrando turistas e moradores

Heliana Frazão

Especial para o UOL Notícias<br>Em Salvador

16/01/2011 07h00

Está difícil encontrar um telefone público funcionando em Salvador neste começo de 2011. Em um passeio por algumas regiões da cidade, a reportagem do UOL Notícias constatou que grande parte do telefones públicos, os chamados “orelhões”, estava sem sinal de linha. Muitos deles localizados em pontos de intenso fluxo de turistas, como o Centro Histórico e a orla marítima.

Vendedora de artesanato em uma banca vizinha de um telefone público na frente do Mercado Modelo, um dos cartões postais de Salvador, Ariadne Araújo, 21 anos, não conseguia se lembrar da última vez que o equipamento havia passado por manutenção. “Os técnicos não aparecem por aqui há muito tempo”, disse.

O também artesão Sebastião Santos Filho, 70, que trabalha ao lado de Ariadne, reclamou: “Falam tanta coisa boa da Bahia para os turistas, mas quando eles chegam aqui não tem nem um orelhão decente para usar”.

A situação se repete na parte interna do Mercado, bem como no Paço Municipal e na Praça da Sé, onde o turista indiano Senhilkumar Ethiratan tentava, sem sucesso, dar notícias suas para a família.

A carioca Lucélia Santana, 55, tentava mas não conseguia ligar de um telefone público para o hotel onde estava hospedada: “Acho que só mandando sinal de fumaça, porque nenhum orelhão daqui funciona”.

Segundo o soldado da Polícia Militar Diego Suzart, que trabalha nas imediações, dias antes ele quase ofereceu o próprio celular a um turista que não conseguia comunicação pelos orelhões da Sé.   

Funcionária da Fundação Casa de Jorge Amado, no Pelourinho, Mari Santos Barreto, 26, também testemunha a frustração dos visitantes. “Ontem mesmo uma turista contou que só conseguiu falar com a família porque pediu emprestado o celular de um estranho.”     

A Oi, operadora responsável pela telefonia fixa na Bahia, informou que os orelhões estão instalados em vias e estabelecimentos públicos e sofrem danos diários por ações de vandalismo. Segundo a companhia, em média cerca de 3,2 mil orelhões foram danificados por mês em 2010.

A empresa garantiu que faz periodicamente a manutenção dos aparelhos e ainda oferece o canal de atendimento 103 31 para solicitações de reparo enviadas por consumidores e entidades públicas.

Outra possível razão para os problemas de sinal nos telefones públicos seria, segundo a Oi, o incêndio ocorrido no prédio central da operadora, em Salvador, no último dia 21 de dezembro, quando houve a interrupção dos serviços de telefonia móvel, fixa e internet em pelo menos cinco estados da região Nordeste.

Em relação aos problemas apontados pela reportagem, a empresa informou que “irá acionar técnicos especializados para vistoriar os locais mencionados pelo veículo. Constatado que os aparelhos estão danificados, o reparo será executado o mais brevemente possível”.

De acordo com a assessoria da Oi, por causa do incêndio ainda há problemas operacionais em suas linhas telefônicas e alguns serviços ainda não foram restabelecidos. O prazo definido para a retomada plena das atividades é 20 de janeiro.