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"Se houve alguma irregularidade, tem que ser punida", diz ministro da Justiça sobre desvios na Funasa

Arthur Guimarães<BR>Do UOL Notícias<BR>Em São Paulo

17/01/2011 19h07Atualizada em 17/01/2011 20h08

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, defendeu nesta segunda-feira (17) apuração para investigar supostos desvios em convênios irregulares e contratações viciadas na Fundação Nacional de Saúde, órgão do Ministério da Saúde.

 “Havendo irregularidades, que se apure. E, havendo apuração que comprove envolvimento de pessoas, doa a quem doer, haverá punição”, disse ele, em coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, onde participou de reunião sobre segurança pública com o governador Geraldo Alckmin (PSDB).

De acordo com reportagem publicada hoje pelo jornal “Folha de S.Paulo”, auditorias concluídas nos últimos quatro anos pela CGU (Controladoria-Geral da União) apontaram que a Funasa foi vítima de desvios que podem ultrapassar R$ 500 milhões. O dinheiro teria sumido entre convênios irregulares, contratações viciadas e repasses a Estados e prefeituras sem a prestação de contas exigida por lei.

Como argumentou o responsável pela pasta da Justiça, a presidente Dilma Rousseff orientou sua equipe a combater qualquer indício de corrupção. Segundo o ministro, a petista não tem comprometimento "com situações mal feitas e com desvios".

Crime Organizado

Após o encontro em São Paulo, Cardozo anunciou que fechou com Alckmin um “cronograma de reuniões técnicas” em que a equipe de segurança paulista e as autoridades federais irão aperfeiçoar as estratégias para combater o crime organizado.

Segundo o ministro, deverão ser organizadas parcerias entre as policiais de São Paulo e as forças federais –como a Polícia Federal (PF)–, além de ações conjuntas na tentativa de aprovar projetos no Legislativo e também na tarefa de montar sistemas integrados de combate ao tráfico de drogas.

Apesar de o encontro ter demorado mais de uma hora, tanto o ministro como o governador evitaram divulgar os detalhes dos assuntos debatidos. “Primeiro deixe a gente fazer, para depois anunciar”, repetia o ministro, que nem sequer aceitou dizer quais seriam as particularidades paulistas na tentativa de brecar o avanço do crime organizado.