Médicos do Samu suspendem atividades em Salvador (BA)
Os médicos que prestam atendimento pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) entraram em greve nesta quarta-feira (23) em Salvador (BA). A decisão foi tomada em assembleia na noite de ontem. Eles reivindicam regularização dos vínculos de emprego, reajuste salarial, revisão do plano de cargos e salários e melhorias na condição de trabalho.
Na terça-feira à tarde, representantes da categoria estiveram reunidos com o secretário municipal de Saúde, Gilberto José, quando, segundo o sindicato dos profissionais, foi proposto um reajuste de 30%. No entanto, não houve acordo. Os 68 médicos do Samu de Salvador recebem R$ 3.500, mas querem R$ 9 mil. O secretário considera “razoável” o percentual oferecido pela prefeitura, que alcançaria até R$ 4.600 com outros benefícios. “Não temos condições de avançar na proposta e continuamos aguardando um novo posicionamento da categoria”, disse, estabelecendo o impasse.
A paralisação deixa a população da capital baiana sem cerca de 400 procedimentos médicos, a média de atendimentos diária do serviço. Quem liga para o número 192 ouve a informação de que apenas cinco veículos estão disponíveis para os atendimentos de emergência nas ruas da cidade. Em média, o Samu recebe 2.500 ligações por dia.
De acordo com a prefeitura, um esquema especial para tentar atender à demanda durante o período da greve foi montado pelas secretarias de Saúde do Estado e do município, juntamente com o Corpo de Bombeiros. Ficou estabelecido que o atendimento em casos de emergência será feito pelo Salvar, no número 193, do Corpo de Bombeiros.
Nesta manhã, Israel Alexandro Santos, 49 anos, faleceu vítima de infarto, enquanto aguardava atendimento em uma fila, na agência do INSS, no bairro de Brotas. Ele tinha ido buscar o resultado de uma perícia médica. Segundo populares, após inúmeras ligações para o Samu e Salvar, quando uma equipe médica chegou, ele já estava morto. A assessoria do INSS informou que a vítima foi atendida por peritos do instituto, mas testemunhas garantiram que o socorro demorou muito.
Ontem, a categoria recorreu ao Ministério Público Estadual (MPE). Segundo José Cayres, presidente do Sindmed, os funcionários não aceitaram as propostas apresentadas pelo órgão e pelo município, que propuseram à classe um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que previa a contratação, a médio prazo, de médicos e enfermeiros para recomposição das equipes até a realização do concurso público específico para a área. “As propostas que nos fizeram são indecorosas. Vamos aguardar que eles revejam as nossas reivindicações e apresentem coisa melhor”, disse.
A prefeitura pretende recorrer à Justiça solicitando que a greve seja considerada ilegal.
Mais greves
Servidores municipais de Salvador de outras secretarias também decidiram cruzar os braços nesta quarta-feira. A paralisação é de 48 horas por melhores condições de trabalho para o Carnaval e aumento no valor pago nas horas extras.
Na quinta-feira (24), a categoria se reúne para decidir se volta ao trabalho. A paralisação atinge a Transalvador, a Secretaria de Serviços Públicos, a Superintendência de Conservação e Obras Públicas, Salvamar e Guarda Municipal.
Em comunicado, a prefeitura informou que não há ameaça de paralisação de servidores durante o Carnaval.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.