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Em dois dias, chuvas matam duas pessoas e deixam cidades em emergência no Nordeste

Aliny Gama

Especial para UOL Notícias<br>Em Maceió (AL)

30/04/2011 18h04

Fortes chuvas voltaram a castigar os Estados do Nordeste neste sexta (29) e sábado (30). Várias cidades sofrem inundações e aumento dos níveis de açudes e rios. Os temporais deste sábado atingiram principalmente os Estados de Alagoas, Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Norte e deixaram duas pessoas mortas, cinco cidades em situação de emergência e centenas de desabrigados. Dentre as cidades atingidas estão duas que, em junho de 2010, decretaram estado de calamidade pública por conta da maior cheia dos rios já registrada em Alagoas e Pernambuco: Jundiá (AL) e Barreiros (PE).
 
Alagoas
Em Alagoas, cinco cidades decretaram estado de emergência neste sábado. Segundo a Defesa Civil Municipal, os municípios de Campestre, Jundiá, Novo Lino, São Luiz do Quitunde e São Miguel dos Milagres entregaram notificação de desastre à Defesa Civil nesta manhã.

De acordo com o órgão, cerca de 200 famílias estão desabrigadas. A situação mais crítica é a de São Luiz do Quitunde, onde uma criança de seis anos morreu soterrada, nesta sexta-feira, e quase toda a área urbana da cidade foi alagada pela enchente do rio Camaragibe. Em junho de 2010, o município decretou estado de emergência ao também ser atingido pela maior enchente da história de Alagoas. A Polícia Militar já está arrecadando donativos para doação aos desabrigados. O governador Teotonio Vilela Filho informou que irá fazer um sobrevôo pelas cidades atingidas neste domingo.
 
Pernambuco
As chuvas também causam transtornos aos moradores de Pernambuco. Somente nesta madrugada, a Defesa Civil registrou quatro desmoronamentos de casas e um deslizamento de barreira em Recife. Moradores da capital pernambucana também sofreram com os alagamentos. O órgão contabilizou 184 chamados na Região Metropolitana do Recife (RMR), sendo 179 pedidos de socorro de pessoas que não conseguiam sair de suas casas.

Em Paulista (RMR), uma mulher de 77 anos morreu quando tentava salvar os móveis da casa, que ficou completamente inundada. Após ter escorregado, foi levada para o hospital Miguel Arraes, mas já chegou sem vida.

Já em Barreiros, o nível do rio Corimã aumentou cerca de dois metros e deixou 750 de pessoas desabrigadas. Várias ruas do município estão alagadas. O bairro Gorete é o mais afetado. A cidade foi uma das três mais afetadas pelas enchentes de junho de 2010.

Segundo a Defesa Civil do Município, o volume de água do rio Una aumentou, porém não corre risco de transbordar. Palmares e Água Preta, vizinhas a Barreiros, também são considerados áreas de risco.
 
Rio Grande do Norte
Estragos também foram registrados no Rio Grande do Norte. Cidades localizadas no Vale Açu, como Ipanguaçu e Assu, já têm 60 famílias desabrigadas por conta do crescimento do nível de água dos rios Pataxó e Açu-Piranhas.

A Prefeitura de Ipanguaçu divulgou que três bairros da zona urbana estão alagados e que 13 comunidades rurais estão isoladas devido a cheia do rio Pataxó. O município decretou estado de emergência desde o dia 14, quando começou a ser atingido pelas águas do rio.

Os níveis de água dos açudes e barragens também preocupam. De acordo com a prefeitura, a sangria do açude Pataxó, localizado a 25 km de Ipanguaçu, pode piorar mais a situação de alagamento no município.

A maior barragem do Rio Grande do Norte, a Armando Ribeiro Gonçalves, excedeu o nível de sua capacidade e começou a sangrar. O excesso de água inundou parte da cidade de Assu.
 
Bahia
A chuva também causou transtornos em Salvador (BA). Neste sábado, a Defesa Civil de Salvador (Codesal) registrou 26 chamados de emergência e já contabiliza 14 deslizamentos de terra e duas quedas de muro. A Codesal também informou que a capital baiana existem três áreas de perigo de deslizamento e que cinco casas correm risco de desabar. A Superintendência de Trânsito e Transporte de Salvador divulgou que, devido aos alagamentos de ruas, o trânsito de carros está sofrendo lentidão nas avenidas ACM, Bonocô, Paralela, Tancredo Neves.