Ex-namorada de suspeito teve "envolvimento indireto" na morte de irmãs em Cunha (SP), diz delegado
A Polícia Civil de Cunha, a 231 km de São Paulo, estuda pedir a prisão preventiva da enfermeira Maria José da Silva, 50, por participação no assassinato das irmãs Josely de Oliveira, 16, e Juliana de Oliveira, 15. O pedreiro Ananias dos Santos, 27 anos, suspeito de ser autor do crime, está preso na Delegacia Seccional de Guaratinguetá e será transferido para alguma unidade do sistema carcerário do Estado de São Paulo na próxima segunda-feira (2 de maio). "Durante a condução das investigações, Maria José era tida como testemunha 'chave', mas com seus depoimentos (quatro ocasiões), a reconstituição do crime e as provas colhidas sobre o relacionamento entre ela e Ananias, ficou comprovado o seu envolvimento indireto com o crime", disse o delegado ao UOL Notícias.
Maria José foi indiciada ontem (29) como cúmplice do duplo assassinato. Segundo o delegado responsável pelo inquérito, Marcelo Cavalcanti, a enfermeira teve conhecimento da intenção dos assassinatos, falou com o acusado em três ligações na noite do crime (23 de março) e tentou dificultar as buscas dos corpos das adolescentes.
A ex-namorada responderá por homicídio duplamente qualificado. O advogado de Maria José, Fábio Fernando Caetano de Araújo, não foi encontrado para comentar a reportagem.
Durante as investigações, a Polícia Civil apurou três ligações telefônicas entre Ananias e a enfermeira antes e depois do crime. "Foram três contatos entre 20h30 e 22h15. Nos primeiros depoimentos, Maria José omitiu essa informação. Depois, tivemos acesso à quebra de sigilo das SMS e constatamos que houve uma mensagem também para o celular do ex-namorado."
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A mensagem "Ainda não. Elas não estão no lugar que você disse" foi enviada no dia anterior da equipe da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) ter encontrado o corpo das irmãs na zona rural da cidade.
"Sem dúvida alguma o alvo dele era Juliana", afirmou o delegado. "Ele não tinha o amor correspondido. Revoltado, ele cometeu o crime para provar seu amor à namorada. A irmã Josely foi morta porque estava junto de Juliana."
Caso
As irmãs desapareceram no dia 23 de março, e os corpos foram encontrados cinco dias depois do crime pela Polícia Militar. Juliana foi morta com quatro tiros e Josely com um tiro no peito e outro na cabeça. Os corpos também tinham sinais de violência. Exames apontaram que ambas não sofreram violência sexual.
Santos, que chegou a entrar na lista dos criminosos mais procurados do Estado de São Paulo, é condenado por roubo, formação de quadrilha, porte ilegal de arma e contrabando ilegal em Lorena e Cachoeira Paulista, entre 2002 e 2003.
Santos era foragido do Pemano (Centro de Progressão Penitenciária dr. Edgar Magalhães Noronha), de Tremembé, desde março de 2009, quando recebeu permissão para saída temporária de Páscoa. Ele também é alvo de investigação da morte de um casal de Parat, no Rio de Janeiro. O caso ainda é apurado pela polícia carioca.
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