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Dona de fazenda no Pantanal que promovia caça ilegal de animais é multada em R$ 105 mil

Celso Bejarano

Especial para o UOL Notícias<br>Em Campo Grande

09/05/2011 15h04

A pecuarista Beatriz Rondon, dona da fazenda Santa Sofia, em Aquidauana (MS), foi multada em R$ 105 mil pelo escritório regional do Ibama em Corumbá (MS).  Na semana passada, policiais federais encontraram na fazenda de Beatriz dezenas de carcaças de animais em extinção, entre os quais onças mortas durante safáris clandestinos.

Em imagens levadas ao ar por telejornais em todo o Brasil sobre a apreeensão da semana passada, a pecuarista diz, sorrindo, que a morte de uma onça que tentava se proteger no alto de uma árvore tinha sido necessária porque o animal estaria "matando suas vacas".

Na propriedade da pecuarista a PF apreendeu 12 galhadas de cervo pantaneiro, duas cabeças de onça, uma pele de sucuri, uma mandíbula de porco monteiro e uma bolsa confeccionada com pele de onça.

Além dos esqueletos dos animais, os policiais apreenderam na fazenda dois fuzis, uma espingarda, seis revólveres, um deles de calibre 357, de uso exclusivo das Forças Armadas. e 17 caixas de munições adquiridas em país estrangeiro, segundo o superintendente do Ibama.

Investigadores da PF chegaram até a fazenda por meio de vídeo produzido por um anônimo. Narrado em inglês, as imagens exibem um grupo de estrangeiros assistindo à morte de uma onça que havia subido numa árvore.

Quem atira na onça é um conhecido caçador de animais, Antonio Teodoro de Melo Neto, o Tonho da Onça. A pecuarista vibra com a queda do felino, que, em seguida, é atacado, ferido mas ainda vivo, por cães.

A quadrilha responsável pela caça seria chefiada por Eliseu Augusto Sicoli, um dentista que mora em Curitiba (PR). Ele está foragido. Tonho da Onça teve a prisão decretada, mas também fugiu.

A polícia apurou que os caçadores cobravam de US$ 30 mil a US$ 40 mil por turistas interessados em participar do “safári” no Pantanal. A fazenda Santa Sofia está localizada em uma área de preservação.