Mulher passa 12 dias na UTI após contrair doença de calopsita em São José dos Campos (SP)
Uma doença transmitida por uma bactéria em uma calopsita (espécie de ave) quase matou a auxiliar de produção Renata de Almeida Avelino, 36, de São José dos Campos (a 97 km de São Paulo), e a deixou internada por 12 dias na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) no Hospital Emílio Ribas, em São Paulo.
O sonho de ter um pássaro dessa espécie terminou no dia 5 de abril, quando a ave morreu pela manhã em sua casa. No mesmo dia, a auxiliar de produção começou a sentir calafrios, febre e dores em todo o corpo, sintomas típicos de quem contrai a doença.
“Comprei a calopsita 17 dias antes dela morrer com a bactéria clamídia, segundo o médico. Passei muito mal e fui várias vezes em um pronto-socorro em São José no decorrer daquela semana. Um absurdo, fui diagnosticada com dengue, mas mesmo assim as dores não passavam com os medicamentos e me sentia cada vez mais fraca”, disse Renata.
A doença, conhecida como psitacose, só foi identificada quando a mãe da vítima, a secretária Jurema Gomes de Almeida, 60 anos, decidiu levá-la para o hospital Emílio Ribas. Somente depois da radiografia, que detectou uma pneumonia grave nos dois pulmões, foi possível detalhar a doença no organismo.
“O estado de saúde da minha filha piorou ao longo dos dias. Ela começou a ter vômitos e diarreia. Em São Paulo, após realizar exames, foi provado que ela estava com 75% dos pulmões atingidos pela pneumonia desenvolvida, segundo o médico, por conta da bactéria. É uma doença rara, mas poderia ser evitada. O que mais me preocupa é que muita gente pode estar morrendo disso e todo mundo acreditando que a causa é pneumonia”, disse Jurema.
Agora Renata pretende processar o estabelecimento onde comprou o pássaro para evitar que outras pessoas passem pelo mesmo problema. “Vou entrar com processo contra o pet shop por conta do meu sofrimento e pela minha vida que quase perdi. O médico disse que se a doença não fosse diagnosticada a tempo eu estaria morta.”
A auxiliar de produção comprou a calopsita no dia 19 de março no pet shop Canto dos Bichos, na zona sul de São José dos Campos. Após a denúncia da vítima, a Vigilância Epidemiológica esteve no local e proibiu a comercialização dos animais, que foram marcados para acompanhamento dos veterinários.
Outro lado
O UOL Notícias entrou em contato com o estabelecimento e uma mulher chamada Jemima se identificou como proprietária do local no final da tarde desta sexta-feira (13). Segundo ela, não há como saber se a calopsita estava doente antes ou depois de ser vendida à Renata.
“Nunca aconteceu um caso como este que estão apontando para nós. Ela colocou a culpa na gente, mas vai ter de provar na Justiça, pois não teve nem reclamação e de repente sou abordada por jornalistas. Ela fez a ‘necropsia’ da ave? Como ela vai provar? Muitos pássaros são portadores de doenças”, afirmou.
A Prefeitura de São José dos Campos acionou o Escritório de Defesa Agropecuária para enviar fiscais para os pet shops e as casas de aves da cidade.
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