Fiscais do Ibama exigem propina de R$ 50 mil de madeireiro e são presos em Campo Grande
Policiais federais prenderam nesta manhã, em Campo Grande, dois fiscais do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis) por corrupção passiva. A dupla foi flagrada recebendo R$ 5.000,00 de um madeireiro.
De acordo com a Polícia Federal (PF), na última terça-feira (23), Ramiro Juliano da Silva e Paulo Bernardino de Souza fizeram uma inspeção em uma madeireira da cidade.
Terminada a inspeção, os fiscais, que têm salário de R$ 5.600,00 cada um, disseram ao empresário que haviam descoberto uma “irregularidade de natureza administrativa” na empresa, mas que poderiam resolver o assunto caso R$ 50 mil fossem entregues a eles.
O dono da madeireira, segundo a PF, disse que era muito dinheiro e que precisaria de um tempo para arrecadá-lo. Assim que os fiscais saíram de lá, o madeireiro procurou a superintendência regional do Ibama e revelou o caso. A chefia do órgão acionou a polícia.
Policiais federais, por meio de autorização judicial, fizeram o que eles chamam de ação controlada – quando eles usam equipamentos de áudio e vídeo durante o flagrante, recurso previsto na legislação.
A prisão dos fiscais do Ibama foi efetuada hoje (26) de manhã no cruzamento da avenida Afonso Pena com a rua 13 de Maio, no centro de Campo Grande.
O madeireiro entregou a um dos fiscais R$ 5.000,00 em cédulas de R$ 100,00 dentro de um envelope. O fiscal foi preso quando recebia o dinheiro.
Questionado, o fiscal disse que o parceiro se encontraria com ele assim que recebesse a propina. Ele o avisaria pelo telefone celular. E isso foi feito por provocação dos policiais, que prenderam o segundo fiscal a poucas quadras dali.
De acordo com a PF, corrupção passiva é um crime que pode motivar de dois a 12 anos de prisão. Os fiscais ainda não tinham contratado advogados até o início da tarde de hoje. Eles estão presos em celas da superintendência da PF em Campo Grande.
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