Polícia não vê relação entre as mortes de casal extrativista e agricultor em Nova Ipixuna, no Pará
Em entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira (30), em Marabá, sudeste do Pará, a Polícia Civil garantiu que não há, até agora, nenhuma relação entre a morte do casal de extrativistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo e do agricultor Eremilton Pereira dos Santos, este último morto na noite de sábado (28) em Nova Ipixuna.
Participaram da entrevista Rilmar Firmino de Sousa, delegado geral-adjunto da Polícia Civil do Estado; Silvio Maués, diretor da Delegacia do Interior; e José Humberto de Melo, da Delegacia de Conflitos Agrários (Deca) de Marabá. Sousa garantiu que a partir de investigação feita pela polícia e depoimentos dos agricultores, Eremilton Pereira não chegou a conversar e nem a ver de perto os dois homens que passaram pela rua em uma motocicleta e que se especula que seriam os possíveis matadores do casal de extrativistas.
Santos morava no mesmo assentamento dos ambientalistas, assassinados na última terça-feira (24), e de acordo com moradores da região, ele teria visto a moto dos responsáveis pela execução do casal.
O delegado Silvio Maués contou que um cunhado de Eremilton, ouvido pela polícia, disse que estava com o agricultor quando os dois homens passaram a cerca de 150 metros deles em uma motocicleta. Esse cunhado disse que quem conversou com a dupla, dando informações, teria sido um homem conhecido na região como “Grande”. “Vamos ouvir esse cidadão para que ele nos ajude nas investigações, dentro do possível”, avisou Maués.
O delegado Rilmar disse que a Polícia Civil trabalha com três linhas de investigação para chegar aos autores e mentores da morte do casal, mas não quis especificar quais são. Ele revelou apenas que até ontem foram ouvidas dez pessoas no inquérito policial que investiga o caso.
Questionado se a criação, pelo governo federal, de um grupo interministerial para dar celeridade às investigações e barrar as mortes no campo no Pará, por entender que o governo do Estado não está conseguindo dar uma resposta rápida como deseja a sociedade, o delegado adjunto minimizou a notícia e disse que todos os esforços estão sendo concentrados pela Polícia Civil do Estado e que chegar aos autores será uma questão de até três semanas. “Estamos falando de um crime que ocorreu no campo, sem testemunha, e que requer um certo cuidado na divulgação das notícias”, ponderou.
Maués disse que a polícia desconhece qualquer lista de possíveis mandantes do assassinato, como se especula em Marabá e Nova Ipixuna. “Vamos esclarecer os três assassinatos, mas cada um no tempo devido, sem pressa de culpar pessoas inocentes”, declarou.
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