Crise em hospital de João Pessoa lota outros hospitais e chega à Assembleia Legislativa
A demissão coletiva de 23 cirurgiões do Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, em João Pessoa, na última sexta-feira (27), provocou superlotação nos demais hospitais da capital paraibana nesta terça-feira (31). No Ortotrauma, localizado na zona sul da capital, o movimento foi intenso, mas não houve tumulto nem reclamações por falta de atendimento.
A demissão coletiva foi pedida porque os médicos reclamam que os valores dos plantões foram reduzidos, desde março, de R$ 1 mil para R$ 640. No início desta semana, o governo apresentou uma proposta retornando os valores, mas ela excluiria os 15 cirurgiões efetivos e contemplaria os 23 médicos prestadores de serviço.
Os médicos voltam a se reunir nesta quarta-feira (01), em assembleia, na qual decidirão se prosseguem com o pedido de demissão coletiva ou se retornam ao trabalho no maior hospital da Paraíba, o único em referência de casos de alta complexidade.
Pressão no Legislativo
Deputados da oposição na Assembleia Legislativa decidiram suspender a votação dos projetos até que o governador Ricardo Coutinho receba os profissionais, não apenas da Saúde, como também da Educação.
Com a decisão, a bancada pretende barrar a análise de matérias do governo. Os deputados criticaram a postura do governador, que se nega a negociar com grevistas. A situação de caos na Saúde e Educação ganhou destaque nas discussões de hoje de manhã na Assembleia.
Em nota divulgada pela assessoria de imprensa do Hospital de Trauma, foi informado que três cirurgiões estão trabalhando no plantão da unidade e que a escala voltará ao normal até a próxima sexta-feira.
De acordo com a assessoria, o secretário de Saúde, Waldson Souza, voltou a assegurar que o atendimento não será interrompido e que aguarda decisão da assembleia para que o atendimento seja normalizado.
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