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Polícia interroga 28 pessoas, mas não chega a suspeitos pelas mortes no Pará

Do UOL Notícias

Em São Paulo

01/06/2011 19h21

Pelo menos 28 pessoas já foram interrogadas pela Polícia Civil do Pará a respeito das mortes dos extrativistas José Cláudio Ribeiro da Silva, Maria do Espírito Santo e Eremilton Pereira dos Santos, assassinados na semana passada em Nova Ipixuna (625 km de Belém). Até agora, contudo, a polícia não chegou a um suspeito.

Além da Polícia Civil, participam das investigações agentes da Polícia Federal e policiais da Delegacia de Conflitos Agrários de Marabá (Deca), criada em 2005 para atuar na prevenção e no enfrentamento da violência no meio rural. Policiais civis e federais estão realizando diligências diárias ao assentamento em que as vítimas residiam.

“As investigações estão avançando. Ouvimos 28 pessoas de perfis variados”, diz José Humberto de Melo Júnior, delegado agrário que chefia as investigações.

Crimes

O tema da violência no campo voltou à tona na semana passada, quando quatro camponeses foram mortos em menos de cinco dias. Três mortes ocorreram em Nova Ipixuna: o casal de castanheiros José Cláudio Ribeiro da Silva, 52, e Maria do Espírito Santo da Silva, 50, ativistas que denunciavam a ação ilegal de madeireiros, foi executado na terça-feira (24); no domingo (29), foi encontrado o corpo de Eremilton Pereira dos Santos, 25, que morava no mesmo assentamento do casal.

Na sexta-feira (27), a vítima foi Adelino Ramos, o Dinho, liderança do Movimento Camponês Corumbiara (MCC), assassinado enquanto vendia verduras em Vista Alegre do Abunã, distrito de Porto Velho (RO). Dinho foi um dos sobreviventes do massacre de Corumbiara --ocorrido em agosto de 1995, no qual pelo menos 12 pessoas morreram nas mãos de pistoleiros e PMs-- e também denunciava a atuação de madeireiros.

A Polícia Civil de Rondônia prendeu Ozias Vicente na segunda-feira (30). Ele foi apontado pela mulher de Dinho e outras testemunhas como o autor dos disparos que mataram o camponês. O suspeito nega o crime. De acordo com a polícia, Vicente trabalhava como agenciador junto à madeireiros ilegais da região.