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Trabalhadores da CPTM adiam para semana que vem decisão sobre nova greve

Janaina Garcia<br>Do UOL Notícias<br>Em São Paulo

10/06/2011 20h26Atualizada em 10/06/2011 20h36

Os trabalhadores da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metroplitanos) decidiram em assembleia na noite desta sexta-feira (10) adiar para a próxima terça-feira (14) a decisão sobre eventual volta ou não à greve nos serviços. Na semana passada, cerca de 2,4 milhões de passageiros ficaram sem o transporte ferroviário na paralisação de dois dias. As atividades foram retomadas na sexta (3).

Horas antes da assembleia, uma nova audiência entre os sindicatos dos ferroviários e a CPTM no TRT-2 (Tribunal Regional do Trabalho da 2ª região), em São Paulo, terminou sem acordo. Nova audiência ficou marcada para o próximo dia 15, às 15h30, novamente no tribunal –dessa vez, para o julgamento do dissídio.

A audiência foi presidida pelo desembargador Davi Furtado Meirelles. Os sindicatos propuseram o reajuste salarial considerando a variação do IPC no período de 1º de janeiro de 2010 a 28 de fevereiro de 2011, além de aumento real por produtividade de 5% do mesmo período. A CPTM, no entanto, ofereceu o reajuste salarial de 1,75%, considerando o índice IPC/FIPE dos meses de janeiro e fevereiro de 2011, além de aumento real de produtividade de 1,5%, que totaliza 3,27%.

As partes também não convergiram sobre o valor do vale-refeição. Os sindicatos pleiteiam o auxílio de R$ 19, e de 22 para 24 por mês; a CPTM apresentou o valor de R$ 18, para 22 unidades.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Ferroviários de São Paulo, Eluiz Alves de Matos, a categoria “atendeu o pedido do TRT” de não paralisação dos trabalhos, mas “está revoltada” com a falta de avanços nas negociações. A entidade representa os funcionários das linhas 7 - Rubi (Jundiaí - Luz) e a 10 - Turquesa (Luz - Rio Grande da Serra). Juntas, ambas movimentam diariamente cerca de 800 mil passageiros e respondem por cerca de 2.800 trabalhadores.

"A CPTM tem cerca de 270 km de ferrovia, passa por 22 municípios e, mesmo assim, o governo do Estado propôs 3,27%; no metrô, em são Paulo, são pouco mais de 70 km e os funcionários terão 8% de reajuste. os trabalhadores estão indignados com essa intransigência em negociar", reclamou o sindicalista.

Conforme Matos, a categoria “permanece mobilizada” até nova assembleia, na terça-feira (14), às 18h. “Esperamos que até lá o governo avance”, concluiu.

Pelas linhas 8 - Diamante (Júlio Prestes - Itapevi) e 9 - Esmeralda (Osasco - Grajaú), os trabalhadores englobados pelo Sindicato da Zona Sorocabana também definiram em assembleia o estado de greve até semana que vem. Eles fizeram a reunião em conjunto com o Sindicato da Central do Brasil, que opera as linhas 11 e 12, em frente à estação Júlio Prestes, no centro de São Paulo.

Audiência trabalhista

O TRT alertou às partes hoje que, até o julgamento final, ainda vale a liminar concedida semana passada e que determinou a manutenção da frota de trens da CPTM para o atendimento com efetivo de 90% dos serviços no horário de pico (das 5h30 às 10h e das 15h30 às 21h) e de 70% nos demais horários. O descumprimento implica em multa diária de R$ 200 mil.