O que Marçal, Tabata e Marina Helena propuseram em debate?

Com a presença de apenas três dos seis principais candidatos, o debate da Veja para a Prefeitura de São Paulo desta segunda-feira (19) foi escasso em propostas.

O que aconteceu

Tabata Amaral (PSB) foi a participante que mais apresentou ideias. Pablo Marçal (PRTB) e Marina Helena (Novo) focaram na ausência dos adversários e em temas nacionais, e direcionaram o público para seus perfis nas redes sociais.

O UOL separou o que foi proposto por tema. Como as regras estipularam duplas para cada bloco, os três candidatos não puderam responder sobre todos os assuntos. Os tópicos e os candidatos estão em ordem alfabética. Veja:

Coleta de lixo

Primeiro, fazer um pente fino nesses contratos. Se as empresas não estão prestando um bom serviço, uma concessão mal feita não adianta nada. A gente precisa dar os incentivos corretos e ter certeza que as empresas vão sim fazer o que elas prometeram, senão é rua. Servidor público e empresa contratada que não atendem bem o cidadão, a gente vai botar na rua.
Marina Helena

Temos uma ideia que é substituir os nossos ônibus a diesel por biocombustíveis, é o 'Bio Busão'. Porque hoje a prefeitura quer substituir todos os ônibus por ônibus elétricos, só que isso custa quatro vezes mais do que os ônibus que estão aí na rua e, em termos de poluição, é a mesma coisa.
Marina Helena

A gente vai começar revendo contratos de coleta, os contratos também de varrição, que tem muita denúncia, tem muita coisa estranha. Investir na economia circular, que é o que? A gente chamar o setor privado para conversar para que nos ajudem a recuperar os materiais, diminuir a quantidade de plástico que é gerada, o setor privado vai ser fundamental para a gente repensar essa nossa economia. O terceiro ponto é a gente entender que a reciclagem, quando você investe em cooperativas, pode ser inclusive uma grande geradora de empregos, especialmente para quem hoje tá desempregado. Aí é tirar da informalidade, impedir que o crime possa atuar e formalizar legalizar e atuar com cooperativas.
Tabata Amaral

"Cracolândia"

Eu sou, sim, a favor da internação compulsória e eu vou explicar para vocês por quê. Um dos relatos mais tristes que eu ouvi durante o tempo que eu estudei propostas para a nossa cidade foi de um ex-dependente químico que falava das mães, das mães que passavam de dias e noites na 'cracolândia' em busca dos seus filhos, mães de todas as classes sociais que não voltavam para casa. Por isso, gente, essas pessoas que estão ali, essas pessoas que estão ali há mais de cinco, 10 anos, elas não respondem mais por si. Por isso, eu vou trazer a comunidade médica e dar a assistência que essas pessoas precisam.
Marina Helena

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Economia

O que vai acontecer no nosso governo é a 'empresarização'. [...] Vamos ensinar isso na escola pública, vai ter um braço de ensino um programa que a gente vai criar que é o Alfabyte, vai ser um braço de ensino em todos os CNPJ da cidade de São Paulo. Nós iremos treinar todos os funcionários dessa empresa, todos, sem ônus para o empreendedor, os seus parentes e pessoas que moram próximas a essas empresas. A 'empresarização', nós vamos com isso abrir pelo menos 500 mil empresas em 1.460 dias, sem fechar a maioria das empresas de hoje.
Pablo Marçal

Vai ser o maior mutirão de geração de emprego na história de São Paulo. [...] Todo mundo vai ter emprego a partir de 2026, até o final de 2025. Todo mundo vai ter emprego, sabe por quê? Porque nós vamos trazer empresas para cá. São Paulo vai voltar a ser essa terra de oportunidade nós vamos continuar crescendo.
Pablo Marçal

Meu primeiro passo foi trazer o melhor time para São Paulo: Leany Lemos... Trouxemos Luciano Sobral, Armínio Fraga, Celso Lafer, Pérsio Arida. É um time de respeito que está estudando o orçamento de São Paulo já há mais de ano, a gente tem um plano que a gente calculou e recalculou várias vezes. A gente sabe quanto custa para investimento, a gente tá falando de R$ 20,5 bilhões [...]. A gente tem tudo mapeado para ampliar esse investimento, a gente vai contar com operações de crédito e trazer recurso de fora para fazer o que a gente vem se comprometendo na saúde e na educação, a gente vai rever os contratos, vai ficar alguns programas e vai trazer dinheiro do governo federal e do governo estadual que hoje São Paulo não recebe.
Tabata Amaral

A gente montou esse baita time porque o sonho aqui é grande, 100% das crianças em tempo integral, 75% da população coberta por médico da família, e todo mundo que mora em São Paulo poder ter a 15 minutos da sua casa uma praça, uma quadra escolar aberta à noite, ao final de semana ou uma academia pública. Investimento com seriedade e responsabilidade, sem aumentar imposto.
Tabata Amaral

A primeira proposta é não aumentar impostos de jeito nenhum. O que a gente viu na cidade de São Paulo nesses últimos 10 anos foi que a nossa economia colapsou. A gente caiu 16% em termos reais, é como se duas cidades inteiras de Porto Alegre tivessem sumido da nossa economia. A gente tá vendo as empresas irem embora, então o primeiro ponto é: a gente tem que parar de aumentar imposto. Segundo, é tornar tudo mais fácil. Por que em Tocantins, por exemplo, um alvará para construção sai no dia seguinte e aqui você tem que beijar a mão de subprefeito? A gente vai acabar com essa farra, desburocratizar, digitalizar para que a gente não tenha mais esses intermediários.
Marina Helena

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O Romeu Zema, em Minas Gerais, fez o maior programa de capacitação profissional, mais de 150 mil pessoas treinadas em parceria com a iniciativa privada. Gente aprendendo culinária, construção civil e em parceria, porque já sai de lá com emprego. Então, a gente vai trabalhar e com isso, a gente vai diminuir, sim, a pobreza que está tomando conta da nossa capital.
Marina Helena

Minhocão

Eu já me posicionei em relação ao Minhocão. Existe uma lei que foi aprovada na Câmara de Vereadores, que diz que nós precisamos fazer um plebiscito para ouvir a população e entender se o melhor caminho é tirar o elevado ou transformar o Minhocão num parque de acesso público. Eu me comprometo com a população que vive na região central, próximo ao Minhocão, que essa população será mais ouvida nesse plebiscito. Independente de qual seja a decisão da população de São Paulo, desde o dia zero do governo, eu vou me preparar junto com a CET [Companhia de Engenharia de Tráfego], junto com todos os órgãos, para que a gente possa redesenhar o trânsito da região e garantir que a população não vai ser prejudicada.
Tabata Amaral

A questão do Minhocão vai ser decidida por plebiscito, está completamente certo, e o que for decidido a gente vai fazer. Agora, eu queria falar que realmente entra prefeito, sai prefeito, eles se preocupam com o centro, e a gente precisa realmente olhar para a periferia. Eu quero uma avenida tão bonita, como a Faria Lima como a Henrique Schaumann, nas periferias da cidade. O foco tem que ser esse mesmo.
Marina Helena

Eu aproveito a oportunidade para falar da importância de que a gente tenha mais espaços verdes na cidade. Eu tenho alegria de já ter corrido inclusive no Minhocão, mas toda vez que tô ali na [avenida] Miguel Yunes, que estou perto da represa Billings, a gente não tem uma área para praticar atividade física. [...] Não é à toa que as pessoas estão adoecendo, elas não estão conseguindo se exercitar. É por isso que a gente tem um compromisso de fazer um investimento para que São Paulo seja uma cidade mais verde, mas também um compromisso da gente fazer isso começando pela periferia.
Tabata Amaral

Mudança climática

Participei no resgate ali do Rio Grande do Sul, parei as minhas empresas, enviamos para lá 206 carretas com quase 4 milhões de quilos de suprimento, mandei minhas aeronaves, estive ali virando madrugada no resgate. Nós vamos fazer isso aqui por São Paulo.
Pablo Marçal

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A gente precisa se planejar, usar o dinheiro com responsabilidade e investir também em tornar essa cidade mais verde. A primeira coisa que eu espero fazer enquanto prefeita é fazer valer uma lei que eu acabei de aprovar em Brasília, que é para que toda a cidade brasileira tenha planos e recursos para lidarem com eventos extremos como o que a gente infelizmente viu no Rio Grande do Sul. Tendo esse plano, a gente vai atuar principalmente nas áreas que estão mais sofridas. São 800 pontos hoje que a gente tem na cidade, e a prefeitura só tem alguma ideia do que fazer com cem deles.
Tabata Amaral

A gente tem que fazer que a tragédia não aconteça. Não é ficar soltando fogos e colocando na rede social, é investir em drenagem, é garantir que quem está hoje numa área de risco vai morar numa moradia melhor, mais segura. É você preparar a nossa população para saber o que fazer quando o alarme toca, são essas coisas que podem ser consideradas técnicas demais, chatas demais para serem debatidas aqui, mas é isso que salva vidas.
Tabata Amaral

Saúde

A nossa proposta para saúde se chama 'Chega de filas'. O que a gente vai fazer: todo mundo que estiver na fila para um exame de especialidade, ou para fazer um exame laboratorial, ou uma consulta com especialista, se passar de 30 dias, vai receber esse valor para poder fazer numa clínica ou num hospital particular. Teve o Corujão da Saúde aqui na cidade de São Paulo, a ideia é ter isso de maneira permanente.
Marina Helena

Zero fila em 18 semanas de gestão na nossa cidade de São Paulo. [...] A gente vai zerar as filas de 447 mil pessoas estão buscando por exame e não conseguem aqui na cidade de São Paulo, nós vamos zerar fila de cirurgias de 192 mil pessoas. [...] Nós vamos fazer em 18 semanas de gestão a cidade de São Paulo tem capacidade para fazer isso.
Pablo Marçal

30% hoje das entradas que a gente tem nas UPAs de São Paulo são por quê? É por falta de calçada na cidade. São milhões de metros quadrados de falta de calçada. As pessoas têm caído e se acidentado nisso, coisa muito simples, para resolver sua vida, nós vamos construir. Vai ser o maior mutirão de construção de calçada. Uma outra coisa que é um absurdo é o que você vai numa UPA e você vai em outra e não consegue pegar o prontuário porque ele não é interligado.
Pablo Marçal

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Segurança

A proposta chama-se Code, que é uma central de operações integradas de dados, [...] que é uma política anticrime. Quem antecipa, governa, vai ser uma política de pré-análise através de tecnologia para você mudar. [...] A questão de quem antecipa o governo, hoje a gente gasta bilhões de forma errada, onde? Na segurança, e a gente precisa inverter isso para gerar mais emprego, mais renda e investir isso na educação.
Pablo Marçal

Participam desta cobertura:
Ana Paula Bimbati, Manuela Rached, Nathália Moreira (estagiária), Saulo Pereira Guimarães e Wanderley Preite Sobrinho
Colaboração para o UOL: Letícia Polydoro.

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