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Light vai pagar R$ 100 mil por bueiro que explodir no Rio de Janeiro

Bueiro explodiu na esquina da rua Constante Ramos com avenida Nossa Senhora de Copacabana, em Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro - Felipe Hanower / Agência O Globo
Bueiro explodiu na esquina da rua Constante Ramos com avenida Nossa Senhora de Copacabana, em Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro Imagem: Felipe Hanower / Agência O Globo

Hanrrikson de Andrade <br>Especial para o UOL Notícias

No Rio de Janeiro

06/07/2011 14h32

O Ministério Público do Rio de Janeiro e a concessionária de fornecimento de energia elétrica da cidade, Light, assinaram nesta quarta-feira (6) um Termo de Ajustamento e Conduta (TAC) que prevê uma multa de R$ 100 mil a cada bueiro que vier a explodir nas ruas da capital fluminense. A penalidade será aplicada de forma independente ao saldo de cada incidente, isto é, mesmo que a explosão não cause danos ou vítimas.

"A partir desse TAC, fica estabelecido que a Light será penalizada, ainda que a explosão de um bueiro não resulte em danos, lesões corporais graves ou mortes. Mas isso não tem nada a ver com os direitos individuais das pessoas que já foram prejudicadas pelos incidentes anteriores. Elas devem procurar a Justiça para cobrar isso", disse o procurador do MP, Rodrigo Terra.

Segundo o Ministério Público, o acordo não funcionará de forma retroativa e foi projetado para obrigar a concessionária de fornecimento de energia elétrica a aperfeiçoar suas câmaras subterrâneas. Terra explicou que o prazo das obras de modernização e manutenção da rede de distribuição da Light - que iria até julho de 2013 - foi antecipado para dezembro de 2011. Pelo menos 1.770 pontos que oferecem maior risco de explosão serão reformados até o fim do ano.

A ideia do MP é aplicar a verba obtida com as possíveis multas pagas pela Light em um fundo de defesa do consumidor. "O Rio de Janeiro não tem algo do tipo, por isso vamos conversar com o governador Sérgio Cabral e com o prefeito Eduardo Paes. Esses recursos podem ser usados para qualquer projeto em prol do consumidor. Do contrário, todo o dinheiro arrecadado iria para o Fundo Nacional do Consumidor, em Brasília", afirmou Terra.

O Termo de Ajustamento e Conduta passará a valer a partir da homologação da 4ª Vara Empresarial, o que deve acontecer o mais rápido possível, segundo o procurador. A ideia inicial do Ministério Público -- e que chegou a ser sugerida à Justiça -- era cobrar multa de R$ 1 milhão a cada bueiro que explodisse na cidade, mas o valor foi considerado exagerado.

"A multa de R$ 100 mil foi a possibilidade que encontramos para este momento. Não é um valor pequeno. Se considerarmos os eventos recentes, a Light já teria que pagar R$ 700 mil", disse Terra.

O procurador também destacou que a Light cedeu gradativamente à possibilidade de ser penalizada pelos bueiros explosivos. "Antes a Light não aceitava pagar multa em hipótese alguma. Depois concordaram nos casos de lesão corporal grave ou gravíssima, ou morte. Agora eles serão cobrados a cada bueiro que explodir", finalizou.

Os representantes da Light se negaram a falar com os jornalistas na saída da reunião de assinatura do TAC.