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PM envolvido na morte do menino Juan no Rio é denunciado por mais um crime

Um mês depois da morte de Juan, ONG protesta contra impunidade no Rio - Alexandre Auler/AE
Um mês depois da morte de Juan, ONG protesta contra impunidade no Rio Imagem: Alexandre Auler/AE

Hanrrikson de Andrade

Especial para o UOL Notícias<br>No Rio de Janeiro

20/07/2011 17h59

O policial militar Edilberto Barros do Nascimento, envolvido no caso de desaparecimento e morte do estudante Juan Moraes, 11, durante operação policial há um mês na comunidade do Danon, em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense, está sendo denunciado por outro crime, cometido há três anos.

Ele e outros três policiais - Alexsandro Claudiomiro de Lima, Carlos Gouveia da Silva e Jailson Henrique de Lima - são acusados de homicídio qualificado, constrangimento ilegal e violação de domicílio no inquérito que apura a morte do ex-presidiário Julio Cesar Andrade Roberto, 23.

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro encaminhou nesta quarta-feira (20) outro pedido de prisão preventiva do cabo. A promotora Júlia Costa Silva Jardim afirma que as testemunhas do caso manifestaram temor em relação à conduta dos acusados, durante audiência realizada nesta quarta no Tribunal de Justiça.

“Elas relatam que familiares de Júlio Cesar foram agredidos pouco depois do homicídio e foram impedidos de prestar socorro à vítima. Há vários relatos que informam que os acusados invadiram a residência da mãe da vítima em data posterior, sem a sua autorização e sem qualquer mandado judicial autorizando a diligência, e intimidaram vizinhos", disse.

O delegado da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (RJ), Ricardo Barbosa, afirmou nesta quarta-feira (20) que os tiros disparados durante a operação vitimou o menino Juan partiram apenas dos fuzis utilizados pelos policiais militares que participaram da ação. Em coletiva no prédio da Polícia Civil do Rio, Barbosa explicou que as análises periciais indicaram que não houve qualquer tipo de confronto.

Além do cabo Edilberto Barros do Nascimento, outros três suspeitos estão envolvidos no caso de desaparecimento e morte de Juan: Rubens da Silva, Isaías Souza do Carmo e Ubirani Soares. Nesta terça-feira (19), o Ministério Público Estadual encaminhou à 4ª Vara Criminal de Nova Iguaçu pedidos de prisão temporária para os quatro oficiais.