Companhia garante que energia está 100% restabelecida em São Paulo, mas causas do problema ainda são desconhecidas
A Cteep (Companhia de Transmissão de Energia de São Paulo) informou que os serviços de transmissão de energia estão 100% normalizados na manhã desta sexta-feira (29). Ontem, por volta das 19h, um apagão atingiu diversos bairros das zonas oeste e sul de São Paulo e afetou cerca de 700 mil clientes –entre residências e usuários corporativos –da zona oeste da capital e em Osasco, na Grande São Paulo.
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Segundo a AES Eletropaulo, concessionária de energia da região metropolitana, o apagão foi causado por uma falha na subestação Milton Fornasaro, da Cteep. A transmissora diz que ainda não sabe as causas do problema.
Ontem à noite, o apagão foi relatado por moradores dos bairros de Pompeia, Perdizes, Jaguaré, Butantã, Vila Madalena, Sumaré, Morumbi, Pinheiros e Alto de Pinheiros. Devido ao problema, as hashtags #semluz e #apagaosp ganharam destaque no microblog Twitter. A Cteep informou que às 20h15 o serviço foi restabelecido.
"Para agilizar o restabelecimento, a Eletropaulo prontamente iniciou a transferência de carga entre suas subestações para contribuir com o trabalho da Cteep", afirmou ontem, em nota, a concessionária.
Em nota oficial, a Cteep afirmou que "às 19h06, houve uma ocorrência no setor de 88 kV de sua subestação Milton Fornasaro, localizada na região oeste da capital paulista. Isso levou à atuação do sistema de proteção e, como consequência, desligaram-se os transformadores que alimentam o referido setor. A ocorrência interrompeu parcialmente o fornecimento de energia elétrica à Eletropaulo".
Ainda segundo a Cteep, "um dos transformadores foi restabelecido às 19h32, normalizando o abastecimento à distribuidora. Às 20h15 foi normalizado o segundo, restabelecendo a condição operacional da subestação".
PI investiga Eletropaulo
A AES Eletropaulo informou que não tem relação com o apagão dessa quinta-feira. Os serviços da concessionária de energia, entretanto, são alvo de investigação em uma CPI na Câmara municipal. Segundo o vereador Antonio Donato (PT), os investimentos da concessionária em manutenções preventiva e corretiva na rede "são insuficientes" para evitar cortes no fornecimento de energia.
No apagão de junho, moradores ficaram quase três dias sem energia por conta de um vendaval. O próprio governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou na ocasião que a concessionária "não tem condições de operar com segurança" em situações de emergência.
A avaliação do parlamentar foi feita após a reunião da CPI em que foram ouvidos, sob convocação, o diretor de operações da concessionária, Sidney Simonaggio, e o engenheiro responsável pelos projetos que são entregues à Convias (Departamento de Controle de Uso de Vias Públicas), Moacir Fernandes.
“A avaliação final da comissão é que a Eletropaulo tem uma dificuldade grande [em relação aos cortes no fornecimento] porque tem uma estrutura que não está adequada para as manutenções preventiva e corretiva. Foi insatisfatório no sentido mesmo de dar resposta de que haverá segurança de que esses problemas não mais ocorrerão”, declarou o presidente da comissão.
A comissão foi instalada em abril deste ano para investigar as razões de cortes de energia e apagões registrados na capital em 2010 e 2011.
Multa de R$ 26,7 milhões
A Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) multou, no último dia 12, em R$ 26,7 milhões a Eletropaulo. Segundo a agência, foram identificadas “não conformidades” nos serviços prestados entre o começo de 2009 e maio de 2010. O órgão, entretanto, se diz impedido por lei de dar detalhes do processo.
De acordo com a Arsesp, desde 2007 a Eletropaulo já recebeu multas que somam R$ 37,6 milhões. No entanto, pagou, até o momento, somente R$ 653,3 mil. O restante ainda é objeto de recursos administrativos ou judiciais.
Pacote de investimentos
No começo de julho, a Eletropaulo anunciou que destinaria R$ 120 milhões a mais nos próximos dois anos para ampliar o atendimento ao cliente, contratar 580 novos eletricistas e incrementar a tecnologia de automação para a rede de distribuição.
A empresa prevê que o atendimento eletrônico passe de 2.000 para 54 mil chamadas por hora. O serviço por SMS também será ampliado, com aumento de 50% de capacidade, o que possibilitará receber até 100 mil torpedos por dia, com resposta automática informando a previsão para o restabelecimento de energia.
Até o final deste ano, ainda está prevista a instalação de 2.000 religadores automáticos e 5.000 seccionalizadores automáticos. Esses equipamentos permitem que, em caso de interrupção de energia causada por interferência transitória, como um galho de árvore que bate nos fios e depois cai, a rede seja automaticamente protegida e religada instantaneamente, evitando interrupções prolongadas.
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