Em carta, dono de ilha preso pela PF diz que patrimônio "é fruto de muito suor"
No mesmo dia em que prestou depoimento de quase dez horas à Polícia Federal e foi encaminhado para uma penitenciária de Salvador, o empresário Paulo Sérgio Costa Pinto Cavalcanti, suspeito de chefiar um esquema de sonegação fiscal que pode ter provocado um prejuízo de R$ 1 bilhão aos cofres públicos, divulgou nesta terça-feira (23) uma carta, por meio de seu advogado, negando todas as irregularidades apontadas pelo Ministério Público.
O empresário, presidente da Sasil Comercial e Industrial de Petroquímicos Ltda e da Varient Distribuidora de Resinas Ltda., ficou conhecido em todo o país por ser um dos proprietários de uma ilha de 20 mil m², na baía de Todos os Santos. A ilha foi confiscada durante as investigações da Operação Alquimia, na semana passada. Na ilha, avaliada em R$ 15 milhões, os agentes da PF apreenderam barras de ouro e de prata, um cofre, jet skis, armas, barco à vela, motos e carros de luxo.
Veja imagens da ilha confiscada na Bahia
Cavalcanti afirma que o seu “patrimônio pessoal é fruto de muito suor, dedicação e não me envergonho dele. Ao contrário, tenho orgulho de ser um empresário de sucesso em um país com tantos entraves para o desenvolvimento do empreendedorismo”.
O empresário nega ter se relacionado com empresas sonegadoras. “Jamais tive ligação societária ou pessoal com empresas sonegadoras, ‘off shore’ ou não. A Sasil e a Varient são empresas 100% auditadas e que prezam pela transparência nas suas contas. Não chegamos até aqui com nada além de uma visão empreendedora, somada ao trabalho de todos aqueles que estiveram ao meu lado durante todo este tempo. Tivemos, sim, relações comerciais de compras e vendas diversas, na década de 90, com algumas das empresas citadas no caso. Fato que não traz nenhuma imputação legal a minha empresa, por tratar-se de uma distribuidora comercial”, afirma na carta.
Cavalcanti diz ainda que não estava foragido na Espanha –ele foi preso nesta segunda-feira no Aeroporto Internacional deputado Luís Eduardo Magalhães, após retornar de uma viagem para a Europa.
“Tendo em vista a avalanche de acusações absurdas referentes a minha pessoa, minha empresa e meu patrimônio, venho por meio desta informar que nunca estive foragido nem procurei me furtar a esclarecer quaisquer dúvidas. Estava em viagem de férias com minha família, e deixamos o país sem qualquer restrição quando de nosso embarque, há 10 dias –antes portanto da emissão das medidas cautelares que vinham sendo preparadas em sigilo. Voltamos na data prevista, de livre e espontânea vontade, e estamos prontos para apoiar a investigação que injustamente nos atingiu”, afirma.
Na semana passada, o TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região negou o pedido de habeas corpus para o empresário e outros dois familiares: Paulo Sérgio França Cavalcanti, seu filho, e Maria França Cavalcanti, sua mãe. Outro integrante da família, Ismael César Cavalcanti Neto, irmão do empresário, foi preso na semana passada.
O advogado do empresário, Gamil Foppel, classificou como “ilegal” a prisão de Cavalcanti. De acordo com ele, desde o início das investigações, há quase dez anos, seu cliente não foi convocado para prestar qualquer esclarecimento sobre o funcionamento das empresas.
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